Denúncia

Estudantes denunciam ter sido filmadas dentro de banheiro na Ucsal

Joilson César/BNews
Uma das denunciantes chegou a levar o caso à imprensa, enquanto a outra relatou o episódio à própria Ucsal  |   Bnews - Divulgação Joilson César/BNews

Publicado em 06/05/2022, às 20h41 - Atualizado às 20h42   Beatriz Araújo


FacebookTwitterWhatsApp

Duas estudantes da Universidade Católica do Salvador (Ucsal) denunciaram ter sido filmadas dentro de um banheiro feminino da instituição de ensino, no campus localizado no bairro de Pituaçu, em Salvador. O episódio ocorreu na última quarta-feira (4), e uma das vítimas chegou a levar o caso à imprensa, enquanto a outra relatou o fato à própria universidade. O autor da gravação ainda não foi identificado. Também não há informações se o assédio teria sido cometido por um mesmo suspeito.

Leia mais:
Viih Tube faz grave denúncia após sofrer assédio em camarote badalado na Sapucaí; entenda

Cauã Reymond revela que já sofreu assédio sexual no trabalho

O caso veio à tona nesta sexta-feira (6), quando uma das vítimas procurou o programa Balanço Geral, da RecordTV Itapoan, para relatar o ocorrido. Em entrevista ao BNews, a advogada Aline Moscovits, que representa a aluna, deu detalhes sobre o momento em que a jovem, de 21 anos, foi vítima do assédio. "As aulas começam às 7h30 da manhã, e quando ela chegou na faculdade, antes de chegar na sala, foi ao banheiro e em determinado momento, ela percebeu que tinha alguém 'espreitando' pela janela do banheiro”, conta.


“Ela se escondeu, mas parece que a pessoa já tinha tido tempo suficiente de tirar foto, vídeo, e tal, e na saída do banheiro ela [a estudante] conseguiu ver a pessoa. Eles [suspeito e vítima] trocaram olhares, e ela consegue descrever, apesar da máscara que ele usava, que era um homem branco, de meia idade, careca, então ela traz alguns elementos de alguém que realmente viu”, continuou.

Ainda de acordo com Aline, a estudante chegou a relatar o episódio a um funcionário da faculdade. “A janela do banheiro dá acesso a uma área que parece uma sala de depósito, algo que não é de livre acesso aos alunos, é de acesso exclusivo para funcionários, enfim. Então, ela procurou o apoio de alguém da manutenção, da limpeza, para poder saber quem poderia ver quem era pessoa, ela não encontrou, procurou uma colega, essa colega, com ela, procurou uma pessoa da supervisão, provavelmente, e que não se identificou”, explicou a advogada.

Entretanto, segundo Aline, o funcionário passou a questionar a veracidade da denúncia feita pela estudante. “A todo momento essa pessoa questionava se era verdade, se ela tinha certeza que tinha alguém, como ela sabia que era alguém que estava a olhando, por que estava a filmando, meio que descreditando a versão dela [da estudante]”, completou.

Estrutura do banheiro onde as estudantes teriam sido filmadas
O segundo caso de assédio que teria ocorrido dentro de um banheiro da Ucsal, na última quarta-feira, foi relatado pelo pró-reitor de graduação da universidade, o professor David Lorenzo, ao BNews. Segundo o educador, uma estudante do curso de direito procurou a faculdade, logo após o episódio, para denunciar o caso.

"Nós já conversamos com a aluna, ela foi acolhida pela universidade, conversou com a coordenação do curso, com a equipe psicopedagógica que nós temos, e que faz o tratamento de acolhimento em geral dos nossos alunos. Ela reportou o fato, estava muito inquieta com o que aconteceu, mas saiu já mais tranquila, por saber que a universidade vai seguir assumindo as medidas institucionalmente estabelecidas. Ela não viu quem identificou o ato porque ela só identificou que havia ocorrido a fotografia, mas ela não viu a pessoa”, informou.

“Vai ser aberto um procedimento indisciplinar, que é o elemento que a universidade oferece para apurar o evento e entender o que efetivamente aconteceu, quem foi a pessoa que cometeu esse lícito supostamente ocorrido, para que se possa tomar também as medidas disciplinares estabelecidas institucionalmente”, acrescentou o pró-reitor.

Questionado pela reportagem sobre o motivo pelo qual a Ucsal não registrou a ocorrência na polícia, David Lorenzo justificou: "Porque a gente não tem ainda elementos sobre a autoria que demandem um procedimento desta ordem, e exatamente por esta razão, o procedimento apuratório está sendo deflagrado, para que com mais evidências a gente possa, enfim, ter as movimentações com os outros segmentos do poder público, com uma delegacia, para serem realizados com a instituição”.

Até a tarde desta sexta-feira, a Ucsal não teria tomado conhecimento do episódio envolvendo o assédio sofrido pela aluna do curso de biomedicina. Após apuração do BNews, a instituição de ensino e a advogada da vítima estiveram em contato, e segundo as partes, a estudante, acompanhada da mãe, deve comparecer à faculdade para, mais uma vez, registrar a denúncia.

Siga o BNews no Google Notícias e receba os principais destaques do dia em primeira mão.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp