Denúncia

Gol se contradiz sobre despacho de bagagem que teria motivado a expulsão de passageira negra

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A explusão ocorreu na noite de sexta-feira (28), no voo 1575, que ia de Salvador para São Paulo  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Vídeo

Publicado em 30/04/2023, às 12h59   Cadastrada por Letícia Rastelly


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Ao expulsar Samantha Vitena de um voo, alegando que ela deveria despachar a sua mochila, com um notebook dentro, a Gol cometeu uma contradição com relação as suas diretrizes. Acontece que em seu site há a informação de que o "laptop só poderá ser transportado somente como bagagem de mão". A entrada da mulher negra, no voo, fez o comandante da tripulação acionar agentes da polícia federal para tirá-la a força do avião, alegando que ela estaria promovendo uma confusão na aeronave, provocando atraso no voo.

A explusão ocorreu na noite de sexta-feira (28), no voo 1575, que ia de Salvador para São Paulo. Na ocasião, toda a situação, apontada como racista, foi filmada por outros passageiros e ganhou repercussão com a publicação da jornalista Elaine Hazin. Nas imagens, Samantha explica a um agente da PF a dificuldade que teve em guardar sua mochila no bagageiro de mão, precisando do apoio de outros passageiros, já que as comissários de bordo não a axuliaram. Samantha tinha medo que ao despachar a mochila, com o aparelho, ele acabasse sendo danificado.

Na publicação da jornalista, ela critica também a atuação da Polícia Federal: "Conseguimos um lugar para a mochila de Samantha e nem mesmo assim o voo decolaria. Mais uma hora de atraso, nenhuma satisfação da cia área, gente passando mal no avião, e eis que 3 homens da Polícia Federal entram de forma extremamente truculenta no avião para levar a “ameaça” do voo embora - a Samantha" (...) "Ela foi levada pela Polícia, eu quase fui levada junto por defendê-la, me agrediram, me ameaçaram".

Respostas

O Correio procurou a Gol para entender a contradição sobre o despacho. Eles informaram que "a Tripulação da GOL ofereceu para a cliente o despacho gratuito da bagagem e, em seguida, ofereceu que o computador fosse retirado da mochila. Por fim, ofereceu a troca de assento para onde seria possível a acomodação da bagagem".

Anteriomente, a companhia aérea havia culpado a mulher pelos transtornos. "A GOL informa que, durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador - Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos Clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma Cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo".

Já a Polícia Federal, instaurou um inquérito policial para apurar as denúncias de racismo, neste domingo (30). Segundo o comunicado, eles vão "apurar a eventual existência dos crimes de preconceito de raça ou cor durante os procedimentos a retirada compulsória de passageira". A apuração, que ocorrerá em sigilo, está a cargo da Superintendência Regional da Polícia Federal na Bahia.

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