Direto de Brasília

Dilma lança pacote e diz que não varre corrupção para debaixo do tapete

Publicado em 19/03/2015, às 06h53   De Brasília, Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)



A presidente Dilma Rousseff lançou no final da manhã desta quarta-feira (18) um pacote de medidas contra a corrupção que envolve seis sete ações imediatas. Durante o discurso, disse que os governos desde 2003 foram os que mais fizeram para combater a corrupção e que denúncias se avolumam porque, atualmente, os escândalos “não são varridos para baixo do tapete”.
Segundo a presidente, o esforço consolida uma máxima interna do governo de que é preciso criar mecanismos para “prevenir, controlar e reprimir” a corrupção no âmbito federal. Ela citou outros esforços efetuados desde a gestão Lula para aumentar a celeridade do governo e deu como exemplos o fortalecimento da CGU, Polícia Federal, criação do Portal da transparência e também a Lei de Acesso à Informação.
Dilma afirmou que o pensamento sobre novas formas de combater os malfeitos devem ser acompanhados de ações concretas. Estas, ela avaliou, devem garantir velocidade na apuração, julgamento e eventual condenação dos responsáveis, possibilitando a eles o contraditório e a ampla defesa em busca de lutar contra a impunidade.
A presidente foi enfática em defender a atuação da gestão e endereçou ao povo mensagem de que, “se a corrupção é intolerável, o governo não tolera” a prática e “andará de mãos dadas” com o povo em busca de soluções que contentem a sociedade e criem uma nova cultura política “fundada na ética e na moral pública”.
“Eu acredito que todos os brasileiros de boa fé, até mesmo os que não votaram em mim, sabem que a corrupção não foi inventada recentemente. [...] Os números da corrupção têm aumentado porque agora os casos não são varridos para baixo do tapete”, defendeu. Por fim, apelou para a aprovação de uma “ampla reforma política”, condição sem a qual, ela alega, não haverá avanço nas práticas para combater as irregularidades.
Medidas - A petista assinou projeto de lei que institui o caixa 2 e lavagem de recursos de natureza eleitoral como crime; assinou regulamentação da Lei Anticorrupção; pediu urgência ao Congresso para aprovação de projetos que decreta alienação antecipada de bens que sejam produtos de crime e da tipificação criminal do enriquecimento ilícito de servidores; lançou projeto que decreta perda de posse de bens frutos de atividade criminosa, instituiu obrigatoriedade de cumprimento da ficha limpa para todos os cargos comissionados e de confiança na esfera federal.
Além das medidas legislativas, Dilma criou um grupo de trabalho permanente entre o Ministério da Justiça e Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Controladoria Geral da União (CGU),  Advocacia Geral da União (AGU )e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para avaliar propostas para agilização de processos judiciais, procedimentos administrativos e demais procedimentos apuratórios relacionados à corrupção.
Publicada no dia 18 de março de 2015, às 14h50

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