Direto de Brasília

De Brasília: acordo firmado por Cunha causa confusão na comissão do impeachment

Publicado em 17/03/2016, às 20h00   Luiz Fernando Lima (@limaluizf)



A abertura da Comissão Especial que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados iniciou turbulenta, na noite desta quinta-feira (17). Presidida pelo deputado baiano Jutahy Magalhães (PSDB) a eleição para presidente e relator, Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO), respectivamente, provocou uma enxurrada de questões de ordem sobre um acordo que teria sido firmado no gabinete do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que os vices também fossem eleitos neste primeiro momento.

O deputado Jutahy foi taxativo ao afirmar que a matéria estava vencida, ou seja, não caberia mais discussões, contudo, o líder do PT na Casa, Afonso Florence (BA) e a líder do PCdoB, Jandira Feghali (PR), ponderaram que não é este o rito. Escolhe-se, segundo o regimento interno, o presidente e o relator. Não há nenhuma menção à eleição dos vices.

Na análise de quem acompanha os trabalhos do colegiado, os governistas vão se apegar a qualquer detalhe para desconstruir ou postergar o rito da análise do impeachment. O clima dentro da Casa Baixa do Congresso Nacional é tenso e o ‘disse-me-disse’ está solto.

O líder do Psol, Ivan Valente, pediu a palavra para criticar o possível acordo firmado na sala de Eduardo Cunha. De acordo com ele, o Psol não participou de nenhuma decisão e não considera legítimo este proposto com a participação expressa de Cunha, que é investigado pela Lava-Jato. "Quero firmar posição. Nós [Psol] não temos compromisso com esta chapa e não acreditamos na legitimidade dela", disse.

A reunião da comissão continua e a reportagem do Bocão News acompanha os encaminhamentos.

Classificação Indicativa: Livre

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