Direto de Brasília

Membro de comissão do impeachment, Elmar acha que Dilma cai antes de Cunha

Publicado em 18/03/2016, às 14h17   Luiz Fernando Lima (@bocaonews)


FacebookTwitterWhatsApp

Aconteceu na manhã desta sexta-feira (18), a primeira sessão da Câmara dos Deputados, após seis meses sem quórum neste dia da semana. O objetivo é acelerar os trabalhos da comissão que analisa o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Envolvido diretamente nesse processo, o deputado federal baiano Elmar Nascimento (DEM) falou sobre o significado desse esforço dos deputados: “significa comprometimento. Nós da oposição vamos nos revezar para garantir o quórum e fazer com que o governo não protele mais o julgamento do impeachment. O prazo é contado de acordo com a sessões do Plenário. Nós fizemos um revezamento e eu fui escalado pra estar aqui hoje nessa primeira sessão histórica de da abertura do impeachment presidente Dilma Rousseff”. Sobre as etapas do processo, o democrata explicou: “Instalamos a comissão ontem e ontem mesmo ela (a presidente) foi notificada do processo. Vamos fazer a mesma coisa na segunda para que a gente não perca mais um dia sequer, porque o Brasil não aguenta mais corrupção. Agora com essa abertura, depois de seis meses sem sessão ordinária deliberativa, já estamos na contagem do prazo”.

O deputado também afirmou acreditar que a oposição terá maioria na votação, e colocou o povo como fator preponderante para o resultado: “eu sempre disse que dos três poderes da União, o mais sensível à opinião pública é o Poder Legislativo. Por mais motivos jurídicos que existam, o poder do governo é muito grande na cooptação de parlamentares, usando e abusando do fisiologismo, de nomeação de cargos, de pagamento de emendas e de cosias extras. Por isso não haveria impeachment sem o povo; nada resiste à opinião popular”. Elmar completou: “a nossa estimativa é de que seis milhões de pessoas tenha ido às ruas no protesto, e 200 mil só na porta do Congresso. Diante disso, quero ver o sujeito ir ao microfone e dar um voto contra o povo brasileiro”.

Elmar Nascimento afirmou com veemência que a presidente Dilma Rousseff cometeu crimes que justifiquem o processo de impeachment: “Teve o crime de Lei de Responsabilidade Fiscal, pedaladas fiscais, que já estão constatadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), cujos membros foram indicados por Lula e Dilma. Com o avanço da Operação Lava Jato ficou demonstrado que a organização criminosa vai muito além, partiu para o confronto com as instituições querendo cercear o trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público, do juiz Sérgio Moro e da Justiça como um todo. Isso não podemos admitir”.

Por fim, o deputado baiano salientou que o processo de impeachment não trava o processo contra Eduardo Cunha, presidente da Câmara, e que ele deve resistir até depois da definição do futuro da presidente: “não tem nada a ver. Eles (os processos) correm de forma paralela. O processo de Cunha é diferente porque ainda que a opinião seja no sentido de cassação do mandato no Conselho de Ética, ele tem recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e só depois é julgado pelo plenário. Pela estimativa dos outros parlamentares que já foram cassados, demora alguns meses; já no caso de Dilma a decisão contra ou a favor sai em até 60 dias”.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp