Direto de Brasília

Direto de Brasília: Senado se prepara para votação que deve afastar Dilma

Publicado em 11/05/2016, às 07h05   Luiz Fernando Lima, direto de Brasília


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A quarta-feira (11) amanheceu fria e seca em Brasília com a promessa de entrar para a história como o dia em que a segunda presidente da república será afastada do cargo para que um processo de impeachment seja instalado no país. As declarações de defensores da presidente de Dilma Rousseff e de acusadores dão conta de que o afastamento é inevitável e o assunto já era tratado há alguns dias como fatura liquidada.
Entre os senadores que apoiam o impedimento o clima é de vitória e página virada. A gestão interina do vice-presidente de Michel Temer (PMDB) carrega a expectativa de que as atuais crises econômica e política serão superadas, não no curtíssimo prazo, mas com em um tempo menor que se a petista permanecesse no cargo. Senadores dos partidos de oposição estão convencidos da legalidade do ato.
Já entre os governistas, o sentimento de derrota é claro. Os discursos continuam defendendo a ausência de crimes de responsabilidade e de que o processo está acontecendo à revelia da lei. No entanto, mesmos os mais fiéis admitem que Dilma perdeu o jogo político e que isso levará a petista a deixar o Palácio na próxima quinta-feira (12) temporariamente e com grandes chances de permanecer fora da presidência após o julgamento do processo que se iniciará após a admissibilidade. O prazo máximo de 180 dias também deve ser reduzido.
A sessão será iniciada às 9h e deve acabar, conforme as previsões do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB), apenas na madrugada.
O Congresso Nacional tem forte esquema de segurança e a sessão no Senado deve ser diferente da que aconteceu na Câmara. A começar pelos discursos dos senadores. Provocou uma série de manifestações negativas a forma como os deputados federais se dirigiram ao microfone nos 10 segundos que tinham para pronunciar o voto. Neste sentido, os pronunciamentos no Senado devem ser diferentes.
Desfecho
A presidente Dilma Rousseff decidiu, na terça-feira (10), que não descerá a rampa com sua equipe mais próxima como estava previsto para acontecer na quinta. A decisão foi tomada em reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda não se sabe como será o protocolo, mas certamente não haverá mensagens com votos de bom governo para Temer.
A equipe de Dilma será afastada junto com ela, mas também o rito mudou. Antes seriam sumariamente demitidos todos os ministros, secretários e assessores. Agora, devem ser exonerados os mais próximos e aqueles que pedirem para sair imediatamente.

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