Direto de Brasília

Direto de Brasília: Dilma reitera inocência e chama opositores de parasitas

Publicado em 24/08/2016, às 22h30   Luiz Fernando Lima


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A um dia do início do julgamento final do processo de impeachment, a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) subiu ao palco do Teatro dos Bancários, em Brasília, para o último discurso em ato público antes do rito congressual. Dentro do espaço haviam quase 700 pessoas estimadas, a capacidade era para 600. Do lado de fora, um telão transmitiu ao vivo o evento marcado para 19h que se iniciou às 20h30.

Quem esperava a presidente afastada não arredou o pé. Uma senhora, Maria das Graças, 65 anos, dizia que esperou muito tempo até que uma mulher assumisse a presidência. Em mãos tinha um bilhete, distribuído por populares onde estava escrito “o Congresso Condena. A Justiça se omite. Nós mulheres afirmamos: Dilma é inocente”. A própria presidente afirmou categoricamente em seu longo discurso que não cometeu nenhum crime e, portanto, “esta é razão pela qual dizemos que é golpe institucional”.

Dilma Rousseff foi sarcástica ao falar sobre seus adversários políticos. “Um golpe sim. Um ataque feito por parasitas. Que tomam conta das instituições. Um golpe transvestido de legal. Dizem que por nós termos ido à Câmara, ao Supremo e ao Senado nós legitimamos o golpe, mas não. Nós fomos lá porque acreditamos nas instituições deste país, mas deixamos claro que não acreditamos em parasitas golpistas que ocupam as instituições deste país”, afirmou.

Entre os presentes no ato havia os que choravam durante o discurso, os que estavam enfurecidos, os que acreditam numa vitória em plenário e aqueles que prometem manter a mobilização mesmo após a consumação da cassação de Dilma Rousseff.

A petista voltou a defender a convocação de novas eleições quando fez um retrospecto trazendo, novamente, a história do suicídio de Getúlio Vargas. “Não preciso me suicidar. Não tenho que fugir para o Uruguai (como João Goulart em 1964) ou renunciar. Nós somos responsáveis pela construção de um novo período histórico”.

A partir deste argumento, Dilma afirmou que pretende ir ao Senado na segunda-feira (29) para defender a democracia e a legalidade. Destacou que não vai desistir e que, se confirmada cassação, a ruptura democrática será efetivada. “Nós temos que ser capazes de resgatar a democracia no nosso país. E apenas novas eleições podem recompor todas as instâncias democráticas. É impossível a gente não ver isso”.

Vale ressaltar que a executiva nacional do PT rejeitou esta proposta da presidente Dilma. Em seu discurso a presidente afastada convocou os aliados a marcharem em todos os campos para manter ativas as discussões sobre o futuro da democracia no país.

Nesta quinta-feira (25) começam as oitivas das testemunhas. São duas de acusação e seis de defesa. Dilma falará na segunda (29) e o julgamento final deve se estender até a madrugada de quarta (31). Até lá, novos discursos virão.

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