Direto de Brasília

Geddel diz que PT é proprietário exclusivo da hipocrisia e eterna mentira

Publicado em 27/08/2016, às 13h03   Luiz Fernando Lima


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O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), viajou para São Paulo neste dois primeiros dias do julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) pelo Senado. Nesta sexta-feira (26), em conversa com a reportagem do Bocão News, o peemedebista afirmou que não vê possibilidade de mudança na distribuição de votos e que o Planalto trabalha com a conta de 60 a 62 senadores aprovando a deposição da petista.

De acordo com Geddel, a ida da presidente Dilma ao Senado na segunda-feira (29) é inócuo do ponto de vista processual. “Nossos líderes farão perguntas respeitosas. Dilma, é bom que se diga, não vai falar para os senadores. Vai falar para o cara que está filmando, para os que estão fazendo o documentário, o roteiro. Isso para guardar para que no futuro possam tentar dizer que entraram para história de uma forma menos indigna”.

Embora reconheça a necessidade de adoção de medidas “duras”, Geddel refuta a afirmativa dos adversários de que o governo vai frear os programas sociais e retirar direitos trabalhistas e impor sacrifícios às classes mais pobres do país. “O que sacrificou a classe média e menos favorecida foi a catástrofe do governo Dilma que fez a inflação passar dos dois dígitos, passou o desemprego para 12 milhões. Não deu reajuste do bolsa família por muito tempo. O que governo tem que fazer é não buscar populismo e trabalhar duro para retomar o crescimento”.

Questionado sobre a participação do PMDB na gestão de Dilma, o ministrou reforçou o discurso de que o papel era de coadjuvante, de que não tinha poder de decisão e afirmou que a única medida adotada foi quando o então vice-presidente assumiu a articulação política e a ele foi imposto, segundo Geddel, um boicote por “ciúmes besta”.

“O PMDB nunca teve ministro da Fazenda, nunca teve ministro do Planejamento, sempre foi periférico. Absolutamente sem vinculação com o que colocaram. Esta recessão não foi causada por um governo que tem 100 dias de interinidade. Estes argumentos se sustentam apenas na hipocrisia e na eterna mentira da qual eles (PT) são proprietários exclusivos”, sentenciou.

Geddel ainda comentou a disposição “técnica” do governo em apreciar o projeto de reajuste do salário dos servidores do judiciário, que segundo estimativa da Consultoria de Orçamento do Senado, pode gerar um impacto financeiro anual superior a R$ 4,5 bilhões.

“Tecnicamente esses aumentos foram negociados pelo governo anterior, estão dentro da proposta de déficit da proposta de R$ 170 milhões, estão dentro do orçamento. Tecnicamente eles são aceitáveis. Eu trabalhei para que ele não fosse votado essa semana. É para tentar construir uma posição única. Se ele não for alcançada, a postura dos partidos da base será respeitabilíssima. Então o líder do governo pode liberar para que cada um vote de acordo com sua convicção nesse tema”.  

Publicada no dia 26 de agosto de 2016, às 19h

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