Direto de Brasília

Gleisi diz que tendência é não dar quórum na votação da denúncia contra Temer

Publicado em 01/08/2017, às 18h17   Luiz Fernando Lima e Tamirys Machado



Após reunião com a bancada petista na Câmara dos Deputados que visa definir a estratégia para a votação nesta quarta-feira (2) da denúncia contra o presidente Michel Temer, a senadora Gleisi Hoffmann, presidente Nacional do PT, afirmou ao BNews que a tendência é não dar quórum. “A tendência é não começar dando quórum. Estamos discutindo a tática, já tiramos uma nota fechando questão, somos contra o Temer e vamos votar contra. A probabilidade maior é começar o dia amanhã não dando quórum”, disse, reiterando que é o PT já fechou questão em ser contra o relatório que foi aprovado pela CCJ em julho, indicando o arquivamento do processo contra o presidente da República.

ENTENDA A DENÚNCIA
Michel Temer foi denunciado ao STF no dia 26 de junho pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, com base nas delações de executivos da JBS, no âmbito da operação Lava Jato. Janot também levou em conta a gravação em vídeo onde o ex-deputado e ex-assessor do presidente, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), aparece carregando uma mala com R$ 500 mil, saindo de um restaurante em São Paulo.
Segundo a PGR, o dinheiro seria entregue ao presidente Michel Temer como parte de propina acertada com a JBS. Em troca, Temer usaria a influência do governo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para favorecer a empresa num processo para reduzir o preço do gás fornecido pela Petrobras a uma termelétrica da JBS. O valor total da propina, segundo a PGR, era de R$ 38 milhões.
Para Janot, a ligação entre Temer e Rocha Loures foi comprovada numa conversa gravada que ele teve com um dos donos da JBS, Joesley Batista, no Palácio do Jaburu, em março, fora da agenda oficial, onde o peemedebista indica o ex-deputado como pessoa de sua "mais estrita confiança".
Além da condenação e perda do mandato presidencial, Rodrigo Janot pede que Temer seja condenado a pagar R$ 10 milhões por reparação de danos. Esta é a primeira vez na história que um presidente da República é denunciado ao STF no exercício do mandato.
Se os parlamentares autorizarem e o STF acolher a denúncia, Michel Temer será afastado do cargo por 180 - prazo que a Corte tem para dar início ao julgamento. Nesse cenário, o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM) assume interinamente o país. Se for condenado, Michel Temer deixa a presidência.

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