Direto de Brasília

Por sobrevivência, PCdoB pode ter candidato na Bahia em 2022

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"Para eleger nossos deputados, talvez a gente precise ter alguém que puxe a legenda", diz Alice Portugal  |   Bnews - Divulgação BNews/Victor Pinto

Publicado em 06/05/2021, às 16h05   Victor Pinto* e Henrique Brinco


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O PCdoB trabalha para lançar um nome na eleição de 2022 ao Governo da Bahia. O partido, que nas últimas eleições estaduais apoiou os candidatos do PT, deverá seguir o mesmo plano que vem adotando nas últimas eleições municipais, quando lançou as candidatas derrotadas Alice Portugal (2016) e Olívia Santana (2020) para a Prefeitura de Salvador. A medida é uma questão de sobrevivência, já que a nova lei eleitoral criou a cláusula de barreira e o fim das coligações nas chapas proporcionais.

Com isso, é cada vez menos provável que a agremiação faça parte da base de apoio do senador Jaques Wagner, que deve ser lançado pelo PT na corrida ao Palácio de Ondina. "O nome do senador Jaques Wagner é um grande nome. Além de respeito político, nós temos por ele muito carinho. O problema é que o PCdoB está enfrentando uma maré montante, com cláusula de barreira, fim das coligações... Somos uma organização quase centenária e não é justo que o PCdoB, depois de todas as agruras, desapareça institucionalmente. Estamos pedindo ajuda aos partidos co-irmãos que temos ajudado durante anos. Para eleger nossos deputados, talvez a gente precise ter alguém que puxe a legenda", avalia a deputada Alice Portugal, ao BNews, em Brasília.

Alice, que é um dos principais nomes da legenda na Bahia, defende que a lei eleitoral precisa passar por alterações para que seja garantida a pluralidade de pensamentos no Brasil. 

"Nós do PCdoB defendemos a criação de federações. Já foi votado no Senado. Portanto, já tem um projeto. Tem toda condição de ser aprovada a criação de federações partidárias ou de frentes amplas programáticas, com programas registrados em cartórios. Você não pode impedir um aliançamento  de partidos com fisionomias similares. Entendemos que não é coligação, porque não envolve o fim da fisionomia de cada partido. São frentes. Essa é a nossa defesa, para que possamos nos aliar com o PT, PSOL e partidos do mesmo naipe", ressalta.

"O PCdoB só foi legalizado em 86. O PT foi criado em 80. É como se você soltasse um corredor e prendesse o outro em uma maratona. Tivemos muitas dificuldades, perdemos quadros, teve o preconceito... Fake news para nós é uma coisa antiga. Essa é uma realidade muito difícil. Existem partidos que não têm identidade, que são siglas com donos e isso tudo nos aflige. Não queremos uma regra própria para o PCdoB. O que nós queremos é que a democracia brasileira não imite outras democracias. Porque temos que ter dois ou três partidos? Podemos ter todas as ideias circulando, desde que elas se habilitem para isso", completa.

*O editor de política do BNews viajou para Brasília para a cobertura especial da CPI da Covid.

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