Economia & Mercado

Empresário Victor Gradin é sepultado em Salvador; conheça a história do empresário ligado ao Grupo Odebrecht

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Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico de 1963 à 1967, Gradin tornando-se homem de confiança de Norberto da Odebrecht   |   Bnews - Divulgação Reprodução/YouTube

Publicado em 26/05/2019, às 09h57   Redação BNews


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O empresário e economista baiano Victor Gradin, foi sepultado na tarde deste sábado (26)no cemitério Campo Santo, no bairro da Federação. Nome importante na história do rupo Odebrecht a partir dos anos 70, Grandin faleceu aos 86 anos no mesmo dia. Influente junto a políticos baianos, a morte de Gradin - que foi secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico na gestão do governador Lomanto Júnior, de 1963 à 1967 - foi lamentada por personalidades como o Prefeito ACM Neto.

De acordo com informações apuradas pelo jornal Valor Econômico, a experiencia do empresário nos gabinetes ajudou a abriu espaço para Norberto Odebrecht, fundador da organização, nos gabinetes de políticos importantes do governo estadual e federal. Grandin entrou para os quadros da Odebrecht em 1974, e acabou tornando-se homem de confiança de Norberto. Com o tempo, além do salário, o então ex-secretário também faturava uma remuneração especial na forma de participação no capital da Odebrecht. Com o tempo, o economista acumulou 20,6% da holding controladora do grupo, a Odebrecht Investimentos.

Dessa forma, sua família tornou-se a segunda maior acionista do grupo, atrás somente da própria família Odebrecht. Graças ao fato, os filhos de Victor - Bernardo e Miguel - passaram também a ocupar importantes cargos na empreiteira. Em 2008, mesma época em que Marcelo Odebrecht, neto de Norberto, assumiu o comando do grupo, Bernardo Gradin e seu irmão Miguel alçaram voos maiores. Eles assumiram, respectivamente, as presidências, da petroquímica Braskem e da Odebrecht Óleo & Gás. Contudo, um desentendimento entre Marcelo e Bernardo no final de 2010 acabou colocando em cheque a relação entre as famílias. 

O filho de Emílio Odebrecht exigiu a imediata saída dos Gradin do capital da Odebrecht. Ele lançou mão de uma cláusula do acordo de acionistas, pela qual os sócios minoritários eram obrigados a vender suas ações por um valor que seria definido por um banco (assessor financeiro). O montante estipulado na época era da ordem de US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 3 bilhões). Os Grandins contestaram a decisão de Marcelo na Justiça, e não concordavam com o valor oferecido.

O litígio segue parado na Justiça da Bahia, em Salvador, à espera de que um juiz faça cumprir a decisão de que o caso deve ser decido por arbitragem, como definido pelas instâncias de Brasília, e não pela justiça comum, como advogam os Odebrecht. Durante o embate, Victor Gradin procurou se manter à margem do caso, sem comentar o caso publicamente - assim como o próprio Norberto Odebrecht. 

Com a atual situação da Odebrecht, abalada em cheio em seus negócios e suas finanças pela Operação Lava-Jato, que culminou com a prisão de Marcelo e de outros executivos em 2015, a fatia de 20,6% dos Gradin pode deixar de existir. O Grupo Odebrecht já vendeu uma boa parte dos ativos para pagar dívidas, e segue com um passivo na ordem de R$ 80 bilhões com bancos e outros credores.

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