Economia & Mercado

Banco Central projeta crescimento de 3,5% em 2012

Publicado em 24/12/2011, às 07h14   Redação Bocão News


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O Relatório de Inflação divulgado nesta quinta-feira(22) prevê aceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre o primeiro e segundo semestres do ano que vem. Mas a expansão não será suficiente para assegurar a meta de 5% do governo. Em 2011, o BC espera crescimento menor, de 3%. A estimativa não agradou à Fazenda. O ministro Mantega chegou a afirmar que as projeções de crescimento feitas pelo BC são "menos precisas" do que as da sua equipe.

As projeções do relatório revelaram que a inflação ainda não está totalmente domada e o Comitê de Política Monetária (Copom) poderá ser obrigado a aumentar a taxa de juros no fim do ano que vem para segurar eventuais novas pressões de preços. Para o BC, a inflação fecha 2011 em 6,5% (sem estourar o teto da meta), desacelera para 4,7% em 2012, recuando para 4,4% no segundo trimestre de 2013. O problema é que o BC projeta que o IPCA terá um repique no segundo semestre de 2013, fechando o ano em 4,7%, exatamente no mesmo nível de 2012.

No mercado financeiro, os dados do relatório levaram a uma alta dos juros futuros e reforçaram a avaliação de que o ciclo de queda da Selic pode ser abreviado. E mais: diminuíram as apostas de que o Brasil poderá ter em 2012 juros de um dígito (9,5%), como esperavam a presidente Dilma e muitos economistas. A tão esperada convergência da inflação para o centro da meta, de 4,5%, também ficará para depois. Ela só ocorrerá no segundo trimestre de 2013, apesar de o presidente do BC, Alexandre Tombini, ter passado todo o ano de 2011 assegurando que se daria em 2012.

O risco de estouro do teto da meta em 2011 subiu de 45% para 54%. Mas, para 2012, a possibilidade recuou de 12% para 10%. Ao apresentar ontem as novas previsões, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, procurou transmitir segurança em relação à projeção, que aponta que não haverá estouro da meta: "É o nosso melhor número." O diretor assegurou que, mesmo se o BC tivesse projetado inflação maior do que 6,5%, a previsão estaria no relatório. Apesar dos riscos ainda presentes, Hamilton traçou um cenário positivo, com inflação decrescente.

Segundo o diretor do BC, a inflação em 12 meses atingiu o pico no último trimestre e começa agora recuar na direção da meta. A redução de 3,5% para 3% da previsão de PIB de 2011 reflete a crise que já afeta a economia e os efeitos de medidas de aperto monetário do início do ano. Os efeitos das medidas de estímulo ao crescimento, no fim deste ano, só serão sentidos a partir do segundo semestre."Dado o contexto global, terminar o ano como uma taxa em torno de 3% é bastante interessante", disse o diretor, que evitou entrar em polêmica com o ministro Mantega, que deu ontem previsões bem mais otimistas para o PIB.

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