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Coronavírus e medo do desemprego devem gerar queda de 36% nas vendas para o Dia das Mães

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O prejuízo alcançará cerca de R$ 500 milhões  |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews

Publicado em 29/04/2020, às 18h41   Redação BNews


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A pandemia de coronavírus, associada ao medo do desemprego, dará um baque importante nas vendas do comércio varejista para o Dia das Mães deste ano. A queda deve ser de 36% em relação a 2019, segundo estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA).

O prejuízo alcançará cerca de R$ 500 milhões. No ano passado, o comércio comemorava um crescimento de 4,9% em relação às vendas referentes ao mesmo período de 2018. 

“As lojas de móveis e decoração devem ter uma retração no primeiro terço do mês de 90%. É importante ressaltar que o faturamento do setor é relativamente pequeno, por isso é natural que a variação fique acentuada”, apontou o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze. Estes setores têm relação com o Dia das Mães e, assim como os outros comércios, tiveram que fechar as portas por causa da quarentena.

A venda de eletrônicos deve recuar 78% em relação a 2018. “Esse setor em específico é muito sensível ao crédito, uma vez que as compras são feitas de forma parcelada. Com o risco da inadimplência, os bancos estão fechando a torneira do crédito e, além disso, as famílias estão com receio de perder seus empregos – se não já perderam – e priorizando os consumos básicos”, lembrou Dietze.

Ocupando o terceiro lugar, as vendas do varejo de vestuário, tecidos e calçados devem cair 71%. O economista explica que, apesar da penetração no comércio online, os consumidores têm o costume de provar as roupas ou calçados, levar na hora e caso seja preciso, trocar de forma imediata. No e-commerce não é possível experimentar, o recebimento não é imediato e a troca ocorre através de um meio de transporte de carga.

A retração deve ser menor para os setores básicos de consumo, farmácias e supermercados, entre 6% e 3%. “As farmácias e perfumarias tiveram um grande movimento entre março e abril pela busca de medicamentos para gripe, máscaras e álcool gel. As necessidades no momento seguinte passaram a ser residuais, reduzindo o fôlego nas vendas”, destacou o economista. A demanda frequente nos supermercados fez com que a queda não fosse maior.

Para vender os produtos que estão em estoque, a saída é o e-commerce, através de portal próprio ou marketplaces. “É o momento de se adequar aos canais de vendas possíveis para tentar reduzir o prejuízo na data mais importante para o comércio no primeiro semestre”, acrescentou.

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