Economia & Mercado

Especialistas enxergam sinais de recuperação do dólar com retomada do comércio e menos tensão política

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Na manhã desta sexta-feira (5), a moeda norte-americana chegou a ser vendida R$ 4,9826  |   Bnews - Divulgação Jorge Araújo /Fotos Publicas

Publicado em 05/06/2020, às 12h53   Nilson Marinho



Depois de um longo período de amargor econômico devido a pandemia do novo coronavírus, aos poucos, o Brasil vai ensaiando a retomada da normalidade. O anúncio da abertura gradual do comércio nos grandes centros econômicos, e também em algumas partes do Brasil, tem refletido na cotação do dólar que, desde 27 de março, tem operado acima de R$5. Na manhã desta sexta-feira (5), por volta das 10h30, a moeda norte-americana chegou a ser vendida por R$ 4,9826, caminhado para a terceira semana consecutiva de recuos.

O cenário externo também é decisivo para a baixa, como por exemplo a retomada do fôlego dos Estados Unidos. Por lá, foram criados 2,5 milhões de postos de trabalho no mês passado, enquanto economistas projetavam uma queda de 7,5 milhões no número de empregos.

Embora as tensões políticas locais influenciem, a tendência é que a confiança por parte dos investidores seja retomada. Na avaliação do economista Ricardo Teixeira, o Brasil já começa a encontrar uma luz no fim do túnel, após um longo período de pessimismo.

"Agora estamos entrando numa onda de retomada da vida normal. O que está havendo é um deslumbre porque todos os estados mais críticos já estão com seus protocolos de reabertura, com regiões mapeadas. Então, está claro que vai haver a retomada e já existe uma rota para isso. Isso gera confiança", explicou o economista.

De acordo com Vinicius Assis, sócio da Salvador Investimentos, escritório da XP na Bahia, o Brasil já vinha mantendo uma alta do dólar à medida que os juros da Taxa Selic foram caindo — necessário para aquecer o consumo interno —, mas o cenário ficou ainda mais acentuado devido ao desarranjo político, que, nos últimos dias, aos olhos dos investidores, opera com a maré um pouco mais mansa.

"Desde que o governo novo assumiu ele vem com muitos embates, com problemas de relacionamento entre os poderes, e o investidor americano, já que não tem mais uma atratividade na renda fixa no Brasil devido aos juros baixos, precisa de uma segurança jurídica e política para aceitar tomar risco no mercado acionário Brasileiro e não perder recursos devido a brigas desnecessárias (...) A tranquilidade maior nos últimos 15 dias, que o dólar saiu de 5,85 para 4,97 neste momento, mostrou um pouco para o mercado e para todo mundo que não é somente devido ao juros ter caido que o dólar subiu, obviamente, existe essa relação, mas o principal fator dessa alta absurda, quase chegando a R$6, é o medo. Quem tem muito recurso em dólar acaba saindo do país sem segurança política e jurídica, para não correr risco à toa"

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