Economia & Mercado

Três semanas após reabertura, vendas no comércio de Salvador registram crescimento lento, mas cenário é de otimismo

Dinaldo Silva e Vagner Souza/BNews
Estabelecimentos considerados não essenciais ficaram fechadas por pouco mais de quatro meses em razão da pandemia do novo coronavírus  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva e Vagner Souza/BNews

Publicado em 14/08/2020, às 05h51   Diego Vieira


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Tímido, porém positivo. É assim que os representantes dos setores comerciais têm avaliado a terceira semana após a reabertura do comércio de rua acima de 200 metros quadrados e shoppings centers de Salvador. Fechadas por pouco mais de quatro meses em razão da pandemia do novo coronavírus, as lojas consideradas não essenciais voltaram a funcionar no dia 24 de julho após a taxa de ocupação dos leitos de UTI destinados à pacientes com a Covid-19 ficar abaixo de 75% por cinco dias consecutivos. 

De acordo com Paulo Mota, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), apesar da redução do horário de funcionamento, imposto no protocolo da prefeitura, as lojas têm conseguido alavancar as vendas mesmo que de forma lenta. Para ele, a situação só deve começar a melhorar a partir do fim de ano.

"O crescimento tem sido bastante lento devido às exigências dos protocolos, como o horário de funcionamento reduzido, e a renda dos consumidores que foi abalada devido à pandemia, mas ainda assim podemos avaliar de forma positiva esse retorno. Acredito que até o final do ano a gente consiga restabelecer o equilíbrio de despesa e receita e também recupere os postos de trabalhos que foram perdidos por causa da pandemia", disse.

Renato Ezequiel, presidente do Sindicato dos Comerciários de Salvador, também classificou a retomada como positiva. Segundo ele, a terceira semana registrou um crescimento nas vendas comparada aos primeiros dias após a reabertura. Além disso, conforme Ezequiel, houve um crescimento de 40% nas contratações de funcionários desde a retomada das atividades.

"O comércio teve um crescimento leve, porém cresceu se compararmos essa semana com a primeira da reabertura. As pessoas estão medrosas de enfrentar aglomerações, mas ainda assim a avaliação é positiva. Tivemos um crescimento de 40% nas contratações desde a retomada. O sindicato tem verificado a saúde dos trabalhadores e temos percebido que a maioria não tem se infectado com o vírus e isso é um fator positivo. A sensação é de otimismo. Espero o que comércio decole e que as coisas aconteçam de forma positiva", ressalta.

O cenário é de otimismo também para os shoppings, afirma o coordenador regional da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Edson Piaggio. Segundo ele, o setor registrou um crescimento de 30% nas vendas na semana que antecedeu o Dia dos Pais, entre os dias 3 e 8 de agosto. "Isso é muito importante já que perdemos datas importantes como o Dia das Mães, Dia dos Namorados e São João", explica. 

Os segmentos de telefonia, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e alimentação são os que estão se saindo melhor no período pós-reabertura. Por outro lado, de acordo com Piagggio, as lojas de vestuário e calçados têm sido prejudicadas devido a proibição do uso do provador, outra medida imposta no protocolo da prefeitura.  "Apesar disso, o quadro é bastante otimista. Temos uma expectativa de crescimento com a chegada do Dia das Crianças, Black Friday e Natal. A cada semana que passa aumenta a expectativa que voltemos a mesma posição mais rápido que esperamos" enfatiza.

Conforme protocolo municipal, dentro das lojas só pode haver uma pessoa a cada cinco metros quadrados; o estacionamento deve ser limitado a 50% das vagas; é preciso haver medição de temperatura de todos; a realização de eventos presenciais está proibida; e o horário de funcionamento deve ser das 12h às 20h, de segunda a sábado.

Alta no Brasil

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o comércio brasileiro teve o segundo mês consecutivo de alta em junho e já recuperou o patamar verificado em fevereiro, antes da pandemia. Ainda assim, fecha o primeiro semestre com o pior resultado desde 2016.

Segundo o instituto, as vendas do varejo no país subiram 8%, após avanço recorde de 13,9% em maio. Com os dois meses de alta, o setor fechou o mês com 0,1% acima do registrado em fevereiro. A retomada do nível anterior, porém, foi puxada pelas vendas dos supermercados, que representam 52,8% do indicador. 

Além dos supermercados, outras duas atividades voltaram ao nível pré-crise: materiais de construção e móveis e eletrodomésticos. Mas todos os outros segmentos continuam bem abaixo. Um dos mais atingidos, Tecidos, vestuários e calçados, por exemplo, ainda tem vendas 45,8% menores que fevereiro.

Classificação Indicativa: Livre

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