O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe divulgado na manhã desta quinta-feira subiu 1,01% na primeira quadrissemana de fevereiro e os investidores testaram a disposição do Banco Central em permitir um dólar mais baixo para conter a alta de preços. Com isso, o dólar fechou em baixa de 0,36% ante o real, cotado a 1,959 real - o menor patamar de fechamento desde 11 de maio de 2012.
Além dos dados da Fipe, o mercado observou os números do fluxo cambial em fevereiro. Até o dia 8 havia saída líquida de 67 milhões de dólares. Chama a atenção o fato de o fluxo cambial seguir negativo este mês. Os dados sobre fluxo, aliados a uma balança comercial também negativa em 741 milhões de dólares até o dia 10 deste mês, traria um viés de alta para o dólar ante o real - o que não está se confirmando.
Na prática, o dólar mais baixo serviria de ferramenta para contenção dos preços. Os operadores estão trabalhando com a expectativa de uso do câmbio para controlar os preços e a tendência de depreciação do dólar. A expectativa é que os investidores testarão até que ponto o Banco Central permitirá a queda da moeda norte-americana ante o real. Se por um lado a inflação ameaça, por outro existe a preocupação de que o dólar não recue a tal ponto que os exportadores e a indústria brasileira sejam prejudicados.
No exterior, o dólar avançava ante o euro nesta tarde, mas demonstrava comportamentos mistos em relação a outras moedas que, assim como o real, possuem elevada correlação com commodities.
