BNews ESG: Plataforma criada pelo Itaú permite negociação de carbono

Uma plataforma criada pelo Itaú Unibanco permitirá a negociação de créditos de carbono. Intitulada de Carbonplacea, a novidade deve passar a operar em abril e já teve o aporte autorizado pelo Banco Central. Anunciada em julho de 2021, a ferramenta captou US$ 45 milhões com os nove bancos que fundaram a fintech, entre eles, o Itaú, BBVA, BNP Paribas, CIBC, National Australia Bank, NatWest, Standard Chartered, SMBC e UBS, cada um com igual participação societária.

O empreendimento conjunto foi certificado também pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A proposta é utilizar os recursos captados para aprimorar o desenvolvimento da plataforma, que deve conectar compradores e vendedores de créditos de carbono ao redor do mundo por meio dos bancos sócios e usuários. Desta forma, os serviços serão expandidos para uma base mais ampla de clientes, possibilitando uma aceleração das parcerias que possuem o mesmo objetivo.

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A possibilidade de compensação financeira de ponta a ponta entre dois bancos ainda não é uma oferta das plataformas dos bancos, já que o mercado global de créditos de carbono ainda é muito segmentado. No caso da Carbonplace, o projeto surgiu quando a área de ativos digitais do Itaú percebeu uma oportunidade no segmento de serviços financeiros de criptomoeda.

Até então, em razão dos diversos atores distintos em cada etapa e da ausência de padronização regulatória global, os créditos de carbono estavam sujeitos a serem usados irregularmente mais de uma vez, em um processo de greenwashing financeiro. Além disso, como o mercado financeiro mantém registros que não podem ser alterados, a plataforma do Itaú permitirá, também, compartilhamento de informações em tempo real para garantir liquidação instantânea e rastreável. As carteiras digitais e os detentores dos créditos também terão a possibilidade de comprovar a propriedade ao mercado com credibilidade.

Apesar de ainda estar em fase piloto, a Carbonplace já garantiu ao Itaú adquirir créditos gerados pela companhia brasileira Sustainable Carbon. Os créditos foram gerados por uma cerâmica do interior de Minas Gerais que substituiu o uso da lenha nativa em seus fornos e passou a trabalhar com uma espécie de biomassa renovável.