Economia & Mercado

Cotação do dólar começa esta sexta em alta

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O aumento se dá em meio a temores de que o banco central dos Estados Unidos será forçado a elevar os juros de maneira mais rápida  |   Bnews - Divulgação Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Publicado em 06/05/2022, às 10h49   FolhaPress


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O dólar engatava nova alta frente ao real nesta sexta-feira (6), embora subisse a ritmo bem mais comedido que o registrado na véspera. O aumento se dá em meio ao sentimento ainda frágil no exterior por temores de que o banco central dos Estados Unidos será forçado a elevar os juros de maneira mais rápida, mesmo com os vários riscos enfrentados pela economia global.


Às 9h05 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,30%, a R$ 5,0319 na venda. Na B3, às 9h05 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento operava estável, a R$ 5,0675.


Na véspera, a moeda norte-americana negociada no mercado interbancário fechou em alta de 2,34%, a R$ 5,0166 na venda.

Após o bom humor tomar conta dos mercados na quarta-feira (4) com a perspectiva de que o aperto monetário nos Estados Unidos não seria tão agressivo como alguns estavam esperando, a aversão ao risco voltou a dar as cartas na quinta (5).

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A sessão passada foi marcada por quedas expressivas das ações nas Bolsas dos Estados Unidos e no Brasil, com o dólar voltando a se fortalecer frente ao real.


Com alta acima de 2% desde a manhã, a valorização da moeda norte-americana se intensificou no início da tarde e chegou a se aproximar dos 3%. No fechamento do pregão anterior, o dólar comercial marcava valorização de 2,28%, cotado a R$ 5,015 para venda.


No mercado de juros futuros local, as taxas dos contratos avançaram com força, depois de o BC (Banco Central) elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,75% ao ano.


O contrato de juros futuros para janeiro de 2023 subiu de 13,04% para 13,23%, enquanto o título para 2027 passava de 11,90% para 12,16%.


Já a Bolsa de Valores brasileira também foi contagiada pelo sentimento de menor propensão à tomada de risco e retomou a tendência negativa, após a alta de 1,7% na quarta. O Ibovespa encerrou na quinta em queda de 2,81%, aos 105.304 pontos.


Nas Bolsas americanas, o tom negativo também predominou –o S&P teve perdas de 3,57%, enquanto o Dow Jones terminou o pregão em baixa de 3,12%, e o Nasdaq cedeu 4,99%, maior recuo da Bolsa de tecnologia desde 11 de junho de 2020, quando desabou 5,27%.


"Mesmo após um Fed menos duro do que o esperado, o mercado deve seguir cauteloso frente ao ambiente desafiador ao crescimento", diz Victor Beyruti Guglielmi, economista da Guide Investimentos, em relatório.


Havia no mercado uma percepção crescente entre os agentes de que o BC americano poderia passar a elevar os juros em 0,75 ponto percentual, frente à persistência da pressão inflacionária na região.


Presidente do Fed, Jerome Powell afirmou após a decisão de quarta que a autoridade monetária não considera uma alta mais forte dos juros americanos neste momento.


A declaração do dirigente, contudo, não parece ter sido suficiente para fazer com que os mercados descartassem por completo a necessidade de um aperto monetário mais agressivo.


A expectativa de uma maior longevidade das restrições de oferta, sustentadas pela guerra no Leste Europeu e pelo abre e fecha na China, também mantém um ambiente perigoso para a inflação, acrescenta o especialista da Guide.

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