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Dólar fecha abaixo de R$ 4,90 e atinge menor valor em quase um ano; confira

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É a quinta vez consecutiva que a moeda americana mostra fraqueza frente à divisa brasileira  |   Bnews - Divulgação Pixabay

Publicado em 15/05/2023, às 17h00   Téo Mazzoni


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O dólar à vista exibiu depreciação contra o real na sessão desta segunda-feira (15), já é a quinta vez consecutiva que a moeda americana mostra fraqueza frente à divisa brasileira. Após o movimento de hoje, o dólar rompeu o nível abaixo da linha de R$ 4,90 e atingiu a mínima intradiária de 2023. 

O movimento se dá na ausência de um catalisador claro, enquanto o investidor segue mais esperançoso em relação ao teto da dívida nos Estados Unidos e na espera pelo texto do parecer do arcabouço fiscal aqui no Brasil.

Por volta da 15h55, o dólar comercial exibia desvalorização de 0,63%, a 4,8926, depois de ter atingido a mínima de R$ 4,8886 e a máxima de R$ 4,9321. Já o contrato futuro para junho da divisa americana recuava 0,67%, a R$ 4,9080, em meio à fraqueza generalizada da moeda americana no exterior.

Os melhores desempenhos vinham de divisas emergentes, com o peso mexicano liderando o ranking de 33 moedas, seguido pelo peso colombiano e pelo rand sul-africano. Já o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, recuava 0,24%, a 102,435 pontos.

O dólar hoje iniciou a sessão apresentando fraqueza contra a maioria das moedas acompanhadas pelo portal Valor. E não foi diferente contra o real. Aqui, no entanto, a divisa americana chegou a esboçar uma recuperação, revertendo seu sinal por alguns minutos, mas a dinâmica não se sustentou.

Na leitura do gestor de moedas do Opportunity Total, Valter Unterberger, o que vemos hoje e também observamos nas últimas sessões é um movimento mais otimista com as moedas da América Latina. "Com o diferencial dos juros altos, essas moedas conseguiram incorporar o cenário mais positivo global e de fraqueza do dólar em seu preço", diz. "Mas não consigo ver esse movimento se estendendo por muito tempo porque não vejo novos gatilhos por ora".

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Unterberger aponta que surpresas positivas com o arcabouço fiscal poderiam dar mais um impulso ao câmbio. "Mas não é meu cenário base", afirma. Ele diz acreditar que o texto do novo marco fiscal pode, sim, sair melhor do que o projeto inicial proposto pelo governo. ''O fato de a discussão atual estar focada em ter um texto mais rigoroso, e não mais leniente com os gastos, já um sinal disso". Mas para um novo movimento de valorização seria preciso ter mais clareza do cenário, com a aprovação do projeto e sobre os próximos passos do governo.

"É preciso lembrar que, enquanto não há um arcabouço fiscal, a tensão entre governo e Banco Central sobre juros se mantém mais viva. Também temos que lembrar que esse marco fiscal é imprescindível para a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) sobre a meta de inflação. Além disso, não vamos começar uma discussão sobre reforma tributária sem ter esse projeto definido", afirma. 'Mais importante do que ficar ajustando o texto, é preciso conseguir aprová-lo".


No exterior, o foco se mantém nas negociações sobre o teto da dívida nos Estados Unidos. Amanhã, o presidente Joe Biden deve se reunir com o chefe da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy, para discutir o tema. "Esse é hoje o principal ponto de atenção lá fora e que nos afeta aqui", diz Unterberger. "Sabemos que essa é uma discussão recorrente e que dificilmente vamos ver um 'default' [não pagamento de contas] nos Estados Unidos, mas quanto mais se empurra a solução para o futuro, mais aversão a risco se cria no mercado", afirma.

O gestor do Opportunity lembra ainda que, mesmo que um problema circunscrito apenas à economia americana prejudique, em geral, o dólar, essa penalização ocorre frente a outras divisas consideradas portos seguros, como o iene, o franco suíço e o euro, e não frente a moedas de mercados emergentes. "Uma situação ruim na maior economia global tende a prejudicar a busca por risco, como as moedas secundárias, de emergentes".

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