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Herdeiro da família Safra processa mãe e irmãos na Justiça dos EUA; saiba detalhes

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Alberto Safra se diz prejudicado após morte do pai  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 07/02/2023, às 08h20   Cadastrado por Bernardo Rego


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O herdeiro da família Safra, Alberto Safra abriu um processo contra a mãe, Vicky Safra, e os irmãos Jacob e David. Trata-se de mais um imbróglio na disputa pela herança bilionária do patrono da família, Joseph Safra, morto em 2020. As informações são do Estadão.


Alberto alega na ação impetrada na Justiça do Estado de Nova York que os irmãos diluíram de forma ilegal sua participação na SNBNY (holding que controla o Safra National Bank e não tem relação com o Banco Safra brasileiro).


Segundo a ação, o processo ocorreu em dezembro de 2019, quando Joseph estava com sérios problemas de saúde. A nova distribuição de proventos dentro da sociedade, ainda segundo a defesa de Alberto, foi feita criando um lucro artificial derivado de uma reavaliação contábil da empresa – o que os advogados chamaram de “manobras financeiras e contábeis inexplicáveis e suspeitas”.


“As transações não tinham propósito econômico legítimo ou lógica comercial. (…) O único efeito delas foi diluir a participação de Alberto na SNBNY e inflar as participações de seus irmãos, David e Jacob, sem que eles (ou qualquer um deles) tivessem investido qualquer capital adicional. Os réus planejaram essas transações sem a devida autorização do conselho”, diz a ação. O documento afirma ainda que, com as transações, o valor do Safra National Bank foi “inflado” em mais de US$ 870 milhões.


Após as supostas manobras, a participação de Alberto caiu de 28% para 13,4%. Sua irmã Esther também se saiu prejudicada, mas, posteriormente, teve sua participação elevada. Ainda segundo o processo, Alberto só soube da perda de participação após a morte do pai. A defesa ainda afirma que o balanço que registra o aumento do lucro era de 2019, mas só foi publicado em 2021, e que todo o processo – feito pelos irmãos com a ajuda de diretores da companhia – tinha como objetivo pressionar Alberto “a vender sua participação em vários negócios da família.”


Procurado, assessores de Alberto afirmaram que, em “razão de atos ilegais e agressivos praticados por seus irmãos”, ele “não teve alternativa senão ingressar com ação judicial na Suprema Corte de Nova York para proteger os seus direitos”. “É lamentável que David e Jacob Safra tenham tomado tais ações ilegais. Por meio da ação judicial, Alberto Safra busca a proteção dos seus direitos.”

A família Safra refutou as alegações de Alberto e emmitiu uma nota:


“Poucos meses após receber doação do senhor Joseph, como antecipação de sua herança, Alberto deixou o Banco Safra, sem atender aos apelos feitos pessoalmente pelo seu pai e iniciou negócio concorrente ao Banco Safra, tendo, inclusive, assediado e contratado vários executivos do Grupo.
Nessa ocasião senhor Joseph conversou com diversos executivos solicitando que não acompanhassem Alberto em sua empreitada, já que se tratava de uma afronta a ele próprio.
Após diversas recusas de Alberto de mudar seus planos, senhor Joseph o deserdou e tomou medidas naquele momento.
Agora Alberto promove disputa contra toda a família, dizendo que o pai não teria motivos para fazer o que fez, alegando tratar-se de uma conspiração para prejudicá-lo.”

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