Economia & Mercado

PIB dos EUA cresce 3,3% no 4º trimestre de 2023 e país precisa de mão de obra qualificada

Valter Campanato / Agência Brasil
Mercado de trabalho dos EUA exige profissionais gabaritados, pois tem poucas demissões e bons salários  |   Bnews - Divulgação Valter Campanato / Agência Brasil
Verônica Macedo

por Verônica Macedo

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Publicado em 21/02/2024, às 08h43 - Atualizado às 08h46


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O desemprego no Brasil fechou o ano de 2023 em 7,8%, a menor taxa desde 2014. Ainda assim, o número representa 16.7 milhões de desempregados. Enquanto isso, nos EUA, a taxa de desemprego caiu para 3,7% (o que classifica o país como pleno emprego). Mas pesquisa encomendada pela Avalara, empresa de software de automação fiscal, revela que 84% dos diretores financeiros (CFOs) nos Estados Unidos (EUA) e no Reino Unido enfrentam sérias dificuldades para atrair e reter talentos em suas equipes de contabilidade e finanças.

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“Os EUA são a maior economia do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB) estimado em US$ 26,95 trilhões. O país absorve toda mão de obra disponível. Isso gera uma concorrência entre os empregadores, que disputam funcionários bons e qualificados”, esclarece o advogado Gustavo Rene Nicolau, Mestre e Doutor pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e Mestre em Direito pela Universidade de Chicago.

Licenciado nos Estados Unidos e no Brasil, Nicolau é considerado uma referência jurídica no assunto imigração e é sócio de um dos principais escritórios do segmento, o Green Card US, que já beneficiou milhares de pessoas nos últimos anos.

“O Departamento de Imigração Americano publicou recentemente documentos oficiais declarando a necessidade de importar profissionais qualificados, sobretudo nas áreas de ciências, saúde, tecnologia, engenharia e matemática. Com o crescimento econômico acima da previsão do mercado financeiro, a urgência é ainda maior.”

Para Nicolau, a necessidade de mão de obra é tão grande que o ânimo das contratações não se dobra aos ventos políticos ou sazonais.  Pessoas bem qualificadas (e com permissão de trabalho em solo americano) são sempre bem-vindas. Além disso, existe maior flexibilidade contratual nas leis americanas em relação à legislação brasileira.

Com certos limites impostos pela lei, empregadores e empregados podem celebrar contratos de trabalho com cláusulas bem flexíveis. A disputa por talentos eleva os salários, bônus, planos de previdência, planos de saúde e outros benefícios.

“O PIB do estado da Califórnia é de 3,5 trilhões de dólares, enquanto que no Estado de Nova York a média está em US$ 2,2 trilhões. Essas regiões, isoladamente, superam o PIB do Brasil inteiro, que é hoje de aproximadamente 1,6 trilhão de dólares. Essa enorme potência econômica precisa desesperadamente de trabalhadores qualificados para atender à demanda de manutenção e crescimento.”

Como fazer a transição?

Com a expansão do trabalho remoto, muitas empresas contratam profissionais de todo o mundo para atuar com tecnologia – programação, desenvolvimento e dados, por exemplo. Apesar disso, o advogado alerta que a experiência presencial é sempre muito mais valiosa, dinâmica e produtiva, já que existe um intercâmbio cultural e as promoções, em geral, são dadas para quem está sendo visto e observado pelas lideranças.

De acordo com o censo norte-americano, menos de 30% dos estadunidenses concluem a faculdade. Ou seja: este é um critério muito importante na hora de pleitear um visto de trabalho e permanência. Mas existem outros critérios avaliados para compor a pontuação do candidato, reconhecimento laboral, autoria de publicações acadêmicas, artigos publicados na imprensa, prêmios recebidos, licenças para exercer uma profissão, entre outros fatores.

Caso uma empresa nos EUA solicite a contratação ao governo, o visto é mais rápido: em até seis meses o profissional recebe a autorização. Mas se o interesse não partir de uma companhia daquele país, o próprio imigrante pode pedir o seu Green Card, hipótese na qual a espera pode subir para um ano e meio. Mas os prazos podem sofrer ampla variação, a depender do tipo de autorização solicitada.

“A qualidade de vida nos EUA é, em geral, muito boa, mesmo para um trabalhador de ensino médio. A experiência internacional também valoriza profissionais que queiram, eventualmente, regressar ao seu território de origem. Vale a pena”, conclui o especialista.

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