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Presidente do IBGE já estimava defasagem nos números do Censo 2022: 'não podíamos esperar que fosse tão alta'

Agência Brasil
Censo apontou que Brasil alcançou quase 5 milhões abaixo da estimativa do órgão  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 28/06/2023, às 17h21   Redação BNews


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O Censo Demográfico 2022, disponibilizado nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou uma grande defasagem entre a estimativa feita pelo órgão e o número oficial apresentado pela pesquisa. O presidente interino do IBGE, Cimar Azevedo, afirmou que já esperava que o número fosse baixo.

"Foi uma contagem feita depois de 12 anos, sem uma contagem no meio da década, e já esperávamos essa defasagem. Não podíamos esperar que fosse tão alta, mas já sabíamos que ia dar uma diferença em relação à população que vinha sendo estimada", afirmou a jornalistas.

De acordo com os números oficiais, o Brasil alcançou 203.062.512 de habitantes, representando um aumento de 6,45% em relação ao último levantamento, feito em 2010. O número, entretanto, ainda veio abaixo do esperado pelo IBGE.

Em 2021, a estimativa do órgão apontava que o país teria ao menis 2013 habitantes. No ano seguinte, com dados prévios do levantamento divulgado hoje, o instituto apontou a estimativa para 207,7 milhões, cerca de 4,7 milhões de pessoas acima do cálculo final.

Segundo Cimar Azevedo, alguns indicadores como níveis de fecundidade, migração e mortalidade podem explicar melhor os motivos da defasagem. Ele defendeu que o IBGE faça uma contagem da população na metade da década, ou seja, em 2025.

“É fundamental fazer uma contagem no meio da década para que não passemos pelo que passamos agora, um apagão de dados. Passamos, por conta da contagem, por um apagão de dados no meio da pandemia. Isso atrapalhou muito, não tínhamos informação sobre o número de vacinas para cada município. O censo mostra um país diferente, consegue colocar o Brasil no mapa, mostrar onde está a população”, disse.

O presidente interino disse ainda que é cedo para analisar muito dos dados expostos hoje, e que a previsão é que as causas dessa defasagem sejam esclarecidas no final de julho, quando informações sobre populações quilombolas, originárias e outros dados relativos à raça também serão divulgados.

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