Economia & Mercado

Fábrica da Taurus encerra atividade em Simões Filho

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Sindiquímica acionou os poderes públicos e tenta reverter a decisão  |   Bnews - Divulgação Leitor BNews

Publicado em 03/12/2018, às 17h07   Shizue Miyazono


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Os funcionários da Taurus, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, foram surpreendidos ao chegarem para trabalhar, nesta segunda-feira (3), e serem avisados sobre o encerramento das atividades da fábrica. 

Ao BNews, Jaqueline Carvalho, diretora do Sindicato dos trabalhadores da indústria química, petroquímica, plástica, farmacêutica do Estado da Bahia (Sindiquímica) e funcionária da fábrica há seis anos, explicou que os trabalhadores foram tomar o café da manhã e, no refeitório, foram avisados pelo diretor-presidente, o gerente-geral e a gerente de RH que a partir de hoje não teria mais atividade na empresa: "o pessoal veio normalmente como se fosse trabalhar, quando entrou no café da manhã recebeu essa bomba, essa notícia triste".

"Não tivemos nenhum aviso prévio avisando alguma coisa, não informaram ao sindicato laboral nada, inclusive, no dia 20 de novembro a empresa chamou o sindicato para negociar plano de saúde, PLR, e em nenhum momento sinalizou que poderia vir a acontecer isso. Informou, inclusive, que para diminuir o impacto de não estar vendendo, que iria dar férias coletivas no dia 25 e retornaria dia 7 de janeiro", contou a funcionária. 

Jaqueline explicou que desde o início do ano começaram as demissões, eram 300 funcionários e tinham ficado apenas 78, que foram demitidos hoje. "A gente não estava prevendo. A gente questionava a empresa sobre as demissões de janeiro pra cá e ela informava que era por causa da queda de vendas de capacetes e tinha que enxugar o quadro. Sempre foi uma empresa rotativa. Vende, aumenta a produção, diminui vendas, diminui a produção".

A empresa teria alegado aos funcionários que o fechamento da fábrica é devido à crise econômica. Ainda de acordo com o sindicato, alguns empregados assinaram o aviso, outros, principalmente os lesionados, que têm estabilidade, se negaram a assinar a demissão. 

O sindicato está pedindo uma reunião com a diretoria para tentar reverter o fechamento da fábrica e, caso não consiga, assegurar os direitos de todos os trabalhadores. Jaqueline explicou que já acionou a prefeitura, o secretário de Indústria e a Delegacia Regional do Trabalho. "A esperança é a última que morre. A gente tem esperança e acredita que possa, sim, reverter a situação junto com os órgãos competentes", concluiu a funcionária.

Em nota, a Taurus confirmou o fechamento da unidade de Simões Filho e afirmou que faz parte do processo de reestruturação da empresa. "É uma das fábricas de capacetes da Taurus, que possui também uma unidade no Paraná que atualmente atende toda a demanda do mercado brasileiro. Essa unidade não fabrica armas".

Atualizado às 18h13

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