Economia & Mercado

Diretor da FUP e Sindipetro-Ba fala sobre política de preços da Petrobras e futuro da estatal na Bahia

Ricardo Silva
A crise da Petrobras ganha corpo na Bahia e preocupa gestores e trabalhores das unidades  |   Bnews - Divulgação Ricardo Silva

Publicado em 04/06/2019, às 08h13   Caroline Gois


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O diretor do Sindicato dos petroleiros do Estado da Bahia (Sindipetro BA) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deivdy Bacelar, concedeu entrevista ao porograma BNews Business e falou sobre a política de preços da Petrobras e o futuro da estatal na Bahia.
Em meio ao fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia (Fafen-BA), no Polo Petroquímico de Camaçari e da venda de 60% da Refinaria Landulfo Alves (RLAM), a crise da Petrobras ganha corpo na Bahia e preocupa gestores e trabalhores das unidades e o atraso na entrega do insumo já mostra-se como uma consequência da diminuição da produção na Refinaria Landulfo Alves (RALM).

O impacto do gereciamento da Petrobras com as refinarias no Estado pode ser devastador.
Segundo Bacelar, o projeto da Petrobras aqui na Bahia "é vender os cincos terminais da Transpetro. Se brincar, o Governo Federal vai acabar com a Petrobras aqui". Ainda conforme o sindicalista, os valores da transação não foram divulgados. Entre as interessadas na compra da RLAM estão as gigantes Shell, Total S.A. e PetroChina. De acordo com o projeto anunciado pela Petrobras este ano, a estatal vai ficar com 40% de participação e as empresas parceiras com o restante.

O processo de venda será supervisionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A refinaria, segunda maior do Brasil, é responsável por 99% do refino de petróleo da Bahia. "Se não houver uma reação da sociedade e do governo do Estado quanto à transação do Governo Federal, as perdas serão enormes. Tanto na geração de empregos, quanto a arrecadação para a Bahia", afirmou Bacelar, que estima a perda de 25% do ICMS na arrecadação do Estado.
O presidente da Sindipetro, que é técnico de segurança da refinaria, lamenta as perdas da RLAM nos últimos dez anos. "Já tivemos um pico de 10 mil trabalhadores atuando, que foi quando houve a construção de quatro novas unidades de processamento. De lá para cá, só houve redução de investimentos", pontuou. A RLAM já teve 10 mil funcionários terceirizados, hoje o número não ultrapassa os 1.200. Já os diretos chegam a 860, quando já somaram 1.500 trabalhadores próprios.
A Petrobras anunciou que avalia reduzir participação no mercado de refino de petróleo, mediante parcerias e venda do controle de outras três refinarias dos blocos regionais do Nordeste e Sul, mantendo a operação no Sudeste. As parcerias incluiriam venda de participação nas refinarias Abreu e Lima, no Nordeste, e Alberto Pasqualini e Presidente Getúlio Vargas, no Sul, além de 12 terminais associados.

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