Economia & Mercado

Para Guedes, lucro de bancos 'é alto mesmo' por falta de competição

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Ele foi convocado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados a prestar esclarecimentos sobre o impacto financeiro e econômico das reformas do governo  |   Bnews - Divulgação Agif/Folhapress

Publicado em 05/06/2019, às 05h36   Folhapress


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O ministro Paulo Guedes (Economia) reconheceu, na terça-feira (4), que os lucros de bancos brasileiros são enormes e excessivos por causa da falta de competição entre as instituições financeiras, e defendeu o aumento da concorrência no setor bancário para equalizar a situação.

Guedes foi convocado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados a prestar esclarecimentos sobre o impacto financeiro e econômico das reformas do governo. Em resposta a uma pergunta sobre o lucro de bancos, o ministro admitiu que "é alto mesmo".

"É muito alto. E sabe por quê? São cinco, são seis [bancos]. 200 milhões de brasileiros precisando pegar dinheiro em cinco bancos, seis bancos. Por isso que eu digo, precisamos de competição. A competição é boa", defendeu.

"Os lucros são enormes nos bancos. São mesmo excessivos. Tem quatro bancos. Tem um produtor de petróleo, duas refinadoras, uma distribuidora. Tudo no Brasil está cartelizado. Nós precisamos colocar competição nesse sistema. A competição cria mais emprego", afirmou.

Segundo ele, a competição só não é boa para empresários, somente para aquele que tem "amizades no governo, que consegue favores." "Para esse, a competição é inimiga".

O ministro afirmou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, está analisando medidas para aumentar a concorrência bancária, e citou como exemplo a criação da empresa simples de crédito, para o dinheiro chegar barato às comunidades mais pobres.

"Temos um Banco Central que, teoricamente, será independente. Já falei com ele duas ou três coisas importantes a respeito disso, e espero que ele que vai atacar esse problema". Segundo o relatório de economia bancária do BC, os cinco maiores bancos comerciais do Brasil detinham 81,2% dos ativos totais do setor em dezembro de 2018.

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