Economia & Mercado
Publicado em 22/11/2019, às 06h49 Yasmin Garrido
Após dez meses de portas fechadas, a Fábrica de Fertilizantes Hidrogenados da Bahia (Fafen) foi arrendada, nesta quinta-feira (21), para a Proquigel Química S.A, que vai deter o controle das atividades por dez anos, renováveis pelo mesmo período. A unidade de Sergipe também foi entregue à empresa, além dos terminais de amônia e ureia do Porto de Aratu, o que envolve o montante de R$ 177 milhões.
De acordo com a diretora de Refino e Gás Natural da Petrobras, Anelise Lara, o arrendamento das unidades vai permitir que as fábricas de fertilizantes, que estavam hibernadas desde 31 de janeiro, voltem a operar, gerando novos empregos e atraindo investimentos.
“Nosso planejamento estratégico concentra investimentos na produção de óleo e gás no Brasil. Ao focarmos nas atividades principais, estamos também abrindo espaço para que novas empresas surjam e comecem a investir em novos segmentos, e isso trará benefícios tanto para Bahia, quanto para Sergipe, pois abre novas perspectivas para as economias locais”, explicou.
A empresa, que participou de um processo de licitação, atua na produção e comercialização de produtos para o setor de papel e celulose, têxtil, eletrônicos, embalagens, eletrodomésticos, construção civil, automotivo, agronegócios, mineração e indústria química.
Hibernação
Após ser adiado por duas vezes, a hibernação da Fafen na Bahia aconteceu em 31 de janeiro deste ano, quando a fábrica encerrou a produção de amônia, ureia, ácido nítrico e hidrogênio. O processo foi marcado por inúmeros protestos de funcionários da empresa.
A justificativa do Sindicato dos Petroleiros e de outras empresas beneficiadas pelos insumos, à época, era a de que, com a hibernação, a estrutura da fábrica iria se deteriorar, deixando mais difícil o processo de arrendamento.
Durante os dez meses sem produção, pelo menos 15 empresas foram prejudicadas, já que a produção de amônia, por exemplo, é necessária para Oxiteno, Acrinor, Proquigel, IPC do Nordeste e PVC. A ureia é utilizada na Heringer, Fertpar, Yara, Masaic, Cibrafertil, Usiquímica e Adubos Araguaia; e o gás carbônico, na Carbonor.
Para o advogado do Sindipetro-BA, ngelo Remédio, o retorno das atividades é muito benéfico, já que as Fafens são “responsáveis pelo abastecimento das indústrias, geração de empregos diretos e indiretos no país, além de arrecadação fiscal para o Estado”.
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