Economia & Mercado

Ações têm forte alta com transição para Biden e Bolsa dos EUA bate recorde; Carrefour despenca

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Dólar fechou em queda de 1,08%, a R$ 5,3770. O turismo está a R$ 5,543  |   Bnews - Divulgação Pexels

Publicado em 24/11/2020, às 19h55   Folhapress


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O mercado financeiro global teve um pregão de grande otimismo nesta terça-feira (24), levando ações a fortes altas e o índice americano Dow Jones a um patamar recorde.

Investidores repercutem a autorização do governo de Donald Trump para a transição ao democrata Joe BIden, eleito presidente dos Estados Unidos em 7 de novembro. Sem reconhecer oficialmente a derrota, ele escreveu no Twitter que permitiu a Administração de Serviços Gerais (GSA, na sigla em inglês) a iniciar os protocolos na noite de segunda (23).

Para seu governo, Biden escolheu a economista Janet Yellen, ex-chefe do Fed (banco central dos EUA) como a próxima secretária do Tesouro do país.

A informação foi divulgada na tarde da segunda (23) pela imprensa americana, mas ainda não foi anunciada oficialmente pela campanha do democrata. Caso a indicação seja confirmada, Yellen, 74, será a primeira mulher a ocupar o cargo.

A escolha também tem gerado ventos favoráveis ao mercado. O entendimento é que a dupla Yellen e Jerome Powell, atual presidente do Fed, poderia promover uma coordenação sem precedentes entre as políticas monetária e fiscal a fim de garantir a recuperação econômica dos EUA da crise da Covid-19.

Além de um desfecho relativamente pacífico para as eleições presidenciais, o mercado também reage à vacina da AstraZeneca em parceira com a Universidade de Oxford, que foi 70% efetiva em testes e pode ter eficácia de até 90%, dando à luta contra a pandemia mais uma potencial solução, após resultados positivos da Pfizer-BioNTech e Moderna.

"A disponibilidade da vacina se trata de 'quando', não de 'se'. Com vacinas principais já mostrando eficácia, temos maior confiança no crescimento global em 2021, especialmente no segundo trimestre e além", disse o Goldman Sachs em nota.

Em reflexo a um início do novo governo americano na data prevista e a um possível fim da pandemia, os índices de Wall Street subiram nesta terça. O Dow Jones teve alta de 1,54% , alcançando pela primeira vez o patamar de 30 mil pontos. Nasdaq e S&P 500 se valorizaram 1,31% e 1,62%, respectivamente.

No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo acompanhou o movimento e o Ibovespa, principal índice acionário do país, subiu 2,24%, a 109.786 pontos.

O dólar fechou em queda de 1,08%, a R$ 5,3770. O turismo está a R$ 5,543.

Os preços do petróleo também refletiram o ambiente mais favorável e atingiram os maiores níveis desde março. O barril de Brent (referência internacional) fechou em alta de 3,9%, a US$ 47,86, o mais alto nível de fechamento desde 6 de março.

"O complexo petróleo está operando com base na vacina", disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York. "Até que possamos ver o outro lado da pandemia, o mercado seguirá atolado na demanda fraca."

Nesta terça, os desenvolvedores da vacina russa Sputnik V anunciaram que um segundo estudo preliminar com voluntários da fase 3 dos testes do imunizante contra a Covid-19 mostrou uma eficácia de 91,4%. A expectativa dos russos é que ela atinja 95% e custe, ao fim, metade do preço de suas competidoras ocidentais, talvez ainda menos.

As ações da Petrobras acompanharam o ganho no preço da matéria prima e as preferenciais (sem dierito a voto) avançaram 4,46%, a R$ 26,22, e as ordinárias (com dierito a voto), 5,34%, a R$ 26,84, ampliando a alta cos papéis no mês para 38% e 41%.

O Bank of America elevou a recomendação das ações da estatal para compra, com preço-alvo de R$ 38. A petrolífera também prometeu para o próximo dia 30 divulgar seu Plano Estratégico de 2021-25.

Já a Multiplan subiu 7,16%, com empresas de shopping centers mostrando forte recuperação na sessão em meio ao otimismo com uma vacina contra o coronavírus, uma vez que o setor está entre os mais prejudicados pela pandemia. O Credit Suisse elevou preços-alvo do setor e disse enxergar uma retomada mais rápida do que se esperava. BRMalls valorizou-se 7,07% e Iguatemi avançou 5,99%.

A Usiminas fechou em alta de 6,12%, seguida por CSN, que subiu 6%, e GERDAU, que avançou 2,59%. O Goldman Sachs atualizou projeções para as siderúrgicas, estimando volumes e preços maiores nos próximos trimestres. "Apesar da performance recente sólida das ações, nós ainda enxergamos 'upside' e um 'valuation' atrativo para siderúrgicas da América Latina", afirmaram os analistas do banco em relatório.

Bradesco e Itaú subiram 4,49% e 2,8%, respectivamente, dando continuidade à recuperação no mês, em movimento que analistas têm atrelado a uma rotação nos portfólios, para ações tidas como cíclicas e de valor, em detrimento de papéis de crescimento e tecnologia. Banco do Brasil avançou 2,67% e Santander valorizou-se 3,55%.

O Carrefour Brasil caiu 0,52%, após sessão volátil. O grupo anunciou mais cedo fundo contra o racismo, entre outras medidas, depois do assassinato de um cliente em uma loja na semana passada. Na véspera, a companhia caiu mais de 5% e perdeu R$ 2 bilhões em valor de mercado.

Classificação Indicativa: Livre

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