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Modelo de avião que caiu na Etiópia é espinha dorsal de expansão da Gol

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Companhia é a única brasileira a operar o Boeing 737 MAX, que sofreu segundo acidente em cinco meses  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 11/03/2019, às 06h48   Folhapress


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Versão atualizada do avião comercial mais vendido da história, o Boeing 737 MAX é também a espinha dorsal da recente expansão internacional da Gol.

O modelo sofreu neste domingo (10) seu segundo acidente em cinco meses. Um 737 MAX 8 operado pela Ethiopian Airlines caiu minutos após a decolagem na Etiópia. Todos os 157 ocupantes morreram. Não estão claras as causas do acidente.

A queda de um modelo semelhante operado pela indonésia Lion Air, em outubro, deixou 189 mortos —o avião caiu no mar 13 minutos após decolar. As investigações preliminares apontam para um erro do sistema antiestol, que foi alimentado com dados incorretos e forçou o nariz do avião para baixo mesmo após tentativas dos pilotos de retomar o controle da aeronave.

Com 135 encomendas —dos modelos MAX 8 e 10—, a companhia é a única brasileira a operar essa nova versão, cuja primeira unidade foi recebida pela Gol em junho de 2018.

Atualmente, sete já estão em operação. A Gol espera concluir até 2028 a renovação de toda sua frota dos atuais 737, fabricados nos anos 1990 e 2000.

Procurada, a companhia afirmou que tem a segurança em primeiro lugar, disse que acompanha a investigação do acidente na Etiópia e ressaltou que cada companhia aérea tem uma operação diferente.

Mais eficiente que seu antecessor, o 737 MAX 8 foi a aposta da Gol para retomar os voos para os Estados Unidos, suspensos em 2016 em meio à recessão.

A aeronave é usada desde novembro nas rotas que ligam Brasília e Fortaleza a Miami e Orlando, na Flórida. Em dezembro, o novo Boeing passou a voar entre São Paulo e Quito, e Cancún (México) deve ganhar um voo saindo de Brasília a partir de junho deste ano, também com um MAX 8.

Desde o lançamento do 737 MAX, em 2017, a fabricante americana já entregou 350 unidades da família, que inclui uma versão menor, MAX 7, e duas maiores, MAX 9 e 10. Ainda há 4.661 aviões a serem entregues para mais de cem clientes.

Após a queda do Lion Air, a Boeing desenvolveu uma atualização de software para permitir que um cenário como o enfrentado no acidente na Indonésia pudesse ser superado.

A FAA (autoridade de aviação dos EUA, na sigla em inglês) emitira na época uma diretiva de emergência sobre o novo sensor de ângulo de ataque, que não funcionou corretamente no Lion Air.

No Brasil, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) confirmou a exigência de treinamento específico sobre esse novo sistema para pilotos do 737 MAX.

A Boeing afirmou neste domingo que sua equipe técnica "está preparada para oferecer assistência a pedido e sob direção do Conselho de Segurança de Transportes dos EUA". O órgão irá participar da investigação na Etiópia porque o avião foi fabricado nos Estados Unidos.​

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