Educação

Professores dão prazo ao governo e ameaçam ocupar prédio do Landulfo Alves

Publicado em 27/01/2016, às 22h53   Tamirys Machado ( Twitter: @tamirysmachado7)


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Apesar de a Secretaria de Educação do Estado (SEC) não se pronunciar oficialmente para a imprensa sobre o fechamento total do colégio Landulfo Alves, localizado na Calçada, em 2017, nas reuniões com os professores o órgão é enfático: o Landulfo Alves será fechado em 2017, pois o prédio já começa a ser ocupado pela Uneb este ano.  A desativação gradativa foi admitida pela diretora de Planejamento e Atendimento da Rede Escolar do Estado, Eliana Carvalho, ao Bocão News em matéria publicada na última terça-feira (26). No entanto, professores do tradicional colégio não concordam com a decisão e prometem endurecer os protestos a favor da continuidade da unidade escolar.
A comunidade docente do Landulfo Alves deu um prazo à SEC para tomar um posicionamento e convocar uma reunião com o governador do Estado, Rui Costa. O pedido foi feito durante uma reunião que ocorreu na tarde desta quarta-feira (27) com o Núcleo Regional de Educação (NRE), representante da Secretaria de Educação, APLB (Sindicato dos Professores) e professores do colégio. Conforme a professora Carla Valente, presidente do colegiado, o NRE não apresentou nenhuma proposta a não ser o fechamento da escola ano que vem e a suspensão da matrícula dos novos alunos do 1º ano. “Nós, junto com a APLB, decidimos que ou eles  [Secretaria de Educação] marcam uma conversa com o governador ou vamos endurecer o movimento. Vamos fazer paralisação e ocupar o prédio do Landulfo contando com o suporte do sindicato com água e alimentação. Ficou acordado que aguardaríamos até próxima segunda- feira (1)”, disse Valente.
Após muitas manifestações dos professores, A APLB Sindicato, enfim, resolveu se posicionar e comprar a briga da categoria a qual representa. Ao Bocão News, o diretor do Sindicato dos professores (APLB), Lourenço Dias, disse que não concorda com o fechamento da escola e apóia o manifesto dos docentes. “A escola não deve ser fechada. Tem todo um conjunto que deve ser levado em conta, a tradição do colégio, a qualidade de ensino, os estudantes e os professores. Estamos apoiando o movimento e vamos propor alternativas ao governo”, afirmou. Conforme Dias, a decisão do governo foi unilateral e não houve discussão com as partes envolvidas. O diretor informou ainda que na próxima segunda-feira (1) ocorrerá uma Assembleia com a comunidade do Landulfo Alves. “Vamos apoiar o que os professores decidirem”, reiterou.
A professora de Língua Portuguesa, Sílvia Cerqueira, que também participou da reunião de hoje informou que as principais solicitações são o não fechamento da escola e que revogasse a suspensão da matricula do primeiro ano. “Isso nos prejudica muito, o 1ª ano do Ensino Médio é o carro chefe da escola, corresponde a 2/3 dos alunos. Ano passado tivemos 11 turmas só no turno matutino”, pontuou.
Nesta quarta-feira (27) pela manhã, professores e estudantes se manifestaram na frente da escola. Segundo Carla Valente, no momento da manifestação Luiz Henrique, do Núcleo Regional de Educação, representante da SEC, pediu para eles encerrarem o movimento sugerindo uma conversa. “No momento eu perguntei a ele se teria alguma proposta, mas não tinha. Então continuamos a manifestação. No período da tarde ele marcou uma reunião”, disse. Segundo ela, o “secretario deixou claro que não era a questão do número de alunos, curso, ou desempenho dos professores e sim a tomada do prédio que estava sendo solicitada para outros fins. Ele havia sido pressionado há muito tempo para utilizar o prédio”, disse.    
Os professores também apresentaram outra opção para não fechar o colégio: a ocupação de um prédio na rua ao lado do Landulfo Alves. “Eles anotaram nossa pauta e disseram que iriam levar ao governador”, afirmou. Para Valente o colégio já criou uma identidade na região da Cidade Baixa. “Temos uma estrutura boa, alunos que já se identificam com o local, 31 salas lotadas, e isso não pode acabar só por conta da UNEB”, pontuou. Atualmente o Landulfo Alves conta com quase 800 alunos e cerca de 70 docentes. 
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