Educação

Já dizia o professor Raimundo: ‘E o salário ó…’

Imagem Já dizia o professor Raimundo: ‘E o salário ó…’
IBGE diz que professor no Brasil está condenado ao fim do mês perpétuo  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 21/05/2012, às 10h37 - Atualizado em 22/05/2012, às 10h37   Redação



Sempre que encerrava o programa, Chico Anísio, interpretando o personagem dele na Escolinha do Professor Raimundo, dizia: ‘E o salário óóó…’ Já se passaram décadas e a declaração do professor Raimundo Nonato ainda dialoga com a realidade brasileira.

Entre os profissionais com curso superior, os que se dedicam ao magistério continuam sendo os que recebem os contracheques mais miúdos.

De acordo com reportagem do jornal O Globo,  "o salário dos professores da educação básica no Brasil registrou, na década passada, ganhos acima da média dos demais profissionais com nível superior, fazendo encurtar a distância entre esses dois grupos." segundo a publicação, "esse avanço, no entanto, foi insuficiente para mudar um quadro de trágicas consequências para a qualidade do ensino: o magistério segue sendo a carreira de pior remuneração no país."

O estudo mostra que a "renda média de um professor do ensino fundamental equivalia, em 2000, a 49% do que ganhavam os demais trabalhadores também com nível superior. Dez anos depois, esta relação aumentou para 59%. Entre professores do ensino médio, a variação foi de 60% para 72%."

O censo revela ainda que as carreiras que levam ao magistério seguem sendo as de pior desempenho. De acordo com a reportagem, "entre as áreas do ensino superior com ao menos 50 mil formados na população, os menores rendimentos foram verificados entre brasileiros que vieram de cursos relacionados a ciências da Educação".

Ainda segundo a publicação, no ensino fundamental, a renda média de um professor equivale a 59% da remuneração paga aos demais profissionais com curso superior completo. Já no ensino médio, os professores recebem salários 72% menores.


Caos na educação baiana
Na Bahia, a situação para alunos e professores não é das melhores. A categoria que está em greve há 41 dias, se reúne em assembléia geral da categoria às 9h, na próxima terça-feira (21), na Assembléea Legislativa da Bahia.

Os professores querem o cumprimento do acordo feito com o governo de reajuste salarial de 22,22% para toda a categoria. No entanto, o governo afirma que irá seguir com o reajuste de 6,5% para todos os professores (e também para os servidores estaduais) e 22% somente para os que dão aulas no ensino médio, último projeto aprovado pela Assembleia Legislativa.

Na última sexta-feira (18), a categoria fez uma lavagem simbólica, do Largo dos Mares até a Igreja do Bonfim.


Alunos pagam o pato
Enquanto os mestres estão com as atividades paralisadas, os alunos baianos é que sofrem as consequências. E a greve só contribuiu para piorar o nível da educação no estado. Os alunos da rede estadual da Bahia têm o segundo maior índice de reprovação no ensino fundamental do Brasil, com 26,3%, de acordo com estudo feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). O valor é dez vezes maior do que o índice de Mato Grosso, o melhor colocado no ranking do Inep no Brasil. E no ensino médio, a rede estadual baiana ocupa o sexto pior índice, com 16,4% de reprovação.

Foto: Bocão News // Gilberto Júnior

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