Educação

58 dias sem aulas: Bahia registra a maior greve de todos os tempos

Imagem 58 dias sem aulas:  Bahia registra a maior greve de todos os tempos
Nesta quinta (7), professores completam 58 dias longe das salas de aula  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 07/06/2012, às 12h33   Daniel Pinto (Twitter: @dspinto99)


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Quinta-feira, sete de junho de 2012. Nesta data, os professores da rede estadual de ensino completarão 58 dias em greve. Parafraseando o ex-presidente Lula, nunca antes na história deste estado a categoria manteve uma paralisação por tanto tempo. “O pleito é legítimo e vamos manter o movimento. Amanhã, inclusive, participamos da missa de Corpus Christi, na Praça Municipal”, informou Rui Oliveira, coordenador regional da APLB-Sindicato. 
Enquanto isso, o líder da situação na Assembleia Legislativa, Zé Neto (PT), garante que o governo Wagner “raspou o tacho” para compor a proposta de aumento para os docentes. “O sindicato dos professores deveria era assumir o compromisso com a educação. O estado ofereceu de 22 a 23% de ganho real no salário entre novembro e abril de 2013. Mais do que isso é impossível! Hoje, já comprometemos 77% dos recursos do Fundeb para pagamento de folha, quando deveríamos usar até 60%. O que eles querem é 35% de ganho real, o que é uma loucura. Só para se ter ideia, os rodoviários voltaram ao trabalho com 7,5%. Os professores dos colégios particulares, que ganham bem menos do que os da rede pública, se contentaram com 7%”. 

Para o petista, “existe desorganização política no núcleo de comando da greve”. “De um lado a oposição esquecida, que não tem projeto para a Bahia e não tem moral para falar da valorização de nenhuma categoria. E que, aliás, é responsável por parte dessa realidade. Do outro, a ‘turma do quanto pior, melhor’. O pessoal que não tá nem aí para o ano letivo e tão pouco para os alunos que farão Enem e vestibular. Isso não é democracia, é imposição! Tenho história, assim como o governador Jaques Wagner e o PT. Essa campanha não é contra o governador, mas, sim, contra o estado. Chegou a hora de dar um basta nisso tudo!”. 

Dignidade e honradez 
Já o deputado Sandro Régis (PR), titular da Comissão de Educação da Assembleia, analisa o processo sob a luz de outro “prisma”. De acordo com o republicano, o governo Wagner se recusa a negociar com os grevistas e usa artifícios para marginalizar os professores. “Ao invés de tentar resolver o problema, o estado tem usado a propaganda institucional para colocar a população contra os educadores. O governo tem sido omisso, intransigente e falta com a verdade. Sou contra a greve, mas realmente não se pode quebrar um acordo que já havia sido assinado com a categoria. Meu avô era um homem de pouco estudo, mas que criou sua família com muita dignidade e honradez. Ele sempre dizia que acordo ninguém é obrigado a assinar, mas se assinar tem que cumprir. Esse é o princípio básico dos homens de bem”. 

Sandro Régis vai além e diz que a população está tão insatisfeita com a “crise” no setor que passou a vaiar o governador em “todas as cidades em que ele põe os pés”. “Esse é o reflexo do estelionato político cometido pelo PT”. Em relação às críticas de Zé Neto, o deputado diz que a oposição não pode ser culpada pela "incompetência do governo" e que ninguém dá atenção ao falatório do líder petista. “Para ser ouvido na Bahia, ele precisa pontuar mais de 2% nas pesquisas de intenção de votos em Feira de Santana”. 

Fotos: Gilberto Jr. e Roberto Viana/Bocão News
Nota originalmente publicada às 16h48 do dia 6

Classificação Indicativa: Livre

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