Educação

Faculdades particulares de Salvador estão na mira do MEC

Imagem Faculdades particulares de Salvador estão na mira do MEC
Hélio Rocha promete atender às exigências. Outras três faculdades não respondem  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 20/12/2012, às 14h06   Terena Cardoso (Twitter: @Terena_Cardoso)



Uma resolução do Ministério da Educação (MEC) publicada na edição de quarta-feira (18), no Diário Oficial da União, proibiu quatro universidades particulares de Salvador de abrir processo seletivo para alguns cursos no próximo ano.

Segundo o MEC, há uma lista de cursos superiores que não alcançaram resultados satisfatórios no Conceito Preliminar de Curso (CPC) de 2008 e de 2011. A medida afetou os cursos da Unibahia, Unifacs, Área 1 e Hélio Rocha. “Em nossa instituição apenas o curso de sistema da informação foi prejudicado. Estamos mudando de administração e uma nova comissão foi convocada para avaliar e atender as exigências do MEC”, assegura a coordenadora da Hélio Rocha, Fernanda Nemeri.



Curso de Sistema da Informação da Hélio Rocha é considerado insuficiente

A medida do MEC se deu por conta das notas insuficientes no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Além das quatro universidades particulares, as públicas Federal (UFBA) e do Recôncavo (UFRB), também não poderão expandir a quantidade de vagas de alguns cursos.

Em contato com o Bocão News, a assessoria de comunicação da Área 1 informou que as medidas provisórias do MEC não coprometem o desempenho dos alunos e que já antecipou  uma série de ações para mudar a situação. Já as faculdades Unibahia, Unifacs  e Ucsal não atenderam as ligações da reportagem.

Confira lista completa de cursos com vestibular suspenso nas particulares:



Unifacs: Engenharia Eletrônica e Civil
Hélio Rocha: Sistema da Informação
Área 1: Engenharia Eletrônica, de produção e computação
UCSAL: Letras, Música e Educação Física

Arbitrariedade

Para o jornal A Tarde, o presidente da Associação Baiana de Mantenedoras do Ensino Superior (Abames), Carlos Joel Pereira, considerou a medida adotada pelo MEC arbitrária e ilegal. "Essa decisão fere a Constituição Federal. Ninguém pode ser punido sem ter direito de defesa. Além disso, as notas do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) não são suficientes para avaliar a qualidade de uma instituição", afirmou.

Por meio de nota, a Universidade Federal da Bahia informou que uma comissão será encaminha para as faculdades onde os cursos foram classificados como “abaixo da média” até janeiro de 2013.


Veja nota oficial da Área 1

A Faculdade ÁREA1 esclarece que as medidas adotadas hoje pelo Ministério da
Educação (MEC) em relação aos cursos de Engenharia de Computação, Elétrica e
Produção, não terão impacto negativo sobre no dia a dia dos cursos, que continuam
normalmente e se beneficiarão dos novos investimentos previstos para 2013.

As medidas anunciadas pelo MEC são provisórias, conforme a análise do plano de
qualidade acadêmica de cada instituição. O único impacto para a ÁREA1, no curto
prazo, será relacionado ao impedimento de novos ingressos a partir dessa data, não
havendo prejuízo aos alunos já matriculados e veteranos. A medida do MEC estará em
vigor até que seja designada uma comissão e verifique in loco a qualidade das
condições de oferta dos cursos.

No nosso caso, a faculdade já se antecipou e elaborou uma série de ações com
relação aos cursos em questão. Além disso, já estamos prontos para informar ao
Ministério sobre o plano de investimentos previsto para 2013.

A ÁREA1 ressalta ainda que está preparada para receber a comissão de avaliação do
MEC e compartilhar todos os detalhes relacionados ao plano de qualidade acadêmica
de seus cursos.

É importante destacar que a maioria dos cursos da faculdade melhorou sua taxa de
acerto nas questões do ENADE, principal indicador de medição do desempenho dos
alunos. Além disso, a ÁREA1 recebeu excelente avaliação dos alunos em relação a
seus laboratórios e equipamentos e a seus planos de ensino. Quando avaliados pelas
comissões do MEC, vários de nossos cursos, como os de Engenharia Química,
Ambiental e Civil, apresentaram conceitos 5 ou 4, os mais elevados concedidos.

Apesar desses resultados positivos – que dão à ÁREA1, em alguns casos, desempenho
superior ao de instituições públicas no estado, o indicador final do IGC 2011 (levado
em consideração pelo MEC para definir as medidas anunciadas) não refletiu o efetivo
nível acadêmico de nossos cursos. Isso ocorreu por conta de uma série de
características da metodologia de cálculo adotada pelo ministério, que impacta
aquelas faculdades dedicadas a áreas específicas (como Engenharia) e que adotam
políticas de compartilhamento de professores em seus cursos, caso da ÁREA1.


*Matéria publicada originalmente às 10h10 do dia 20/12.

Classificação Indicativa: Livre

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