Educação

Professores de rede municipal de Salvador paralisam por 48 horas

Divulgação / Bocão News
A classe está insatisfeita com o aumento da carga horária e a implantação do programa “Alfa e Beto”  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Bocão News

Publicado em 21/02/2013, às 08h51   Tony Silva (Twitter: @tony_silvaBNews)


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Insatisfeitos com algumas medidas que estão sendo implantadas pela secretaria municipal de Educação de Salvador, professores da rede municipal fizeram uma paralisação de 48 horas que iniciou nesta quarta-feira (20). Conforme informou ao Bocão Newso presidente da APL Rui Oliveira.

“Além dos problemas de infra-estrutura das escolas e atraso dos salários dos terceirizados, a classe está totalmente contrária ao aumento da carga horária sem acompanhamento na remuneração e a implantação do programa Alfa e Beto que é rejeitado pela classe”, explicou Rui.

Os professores estão nas unidades de ensino discutindo o programa, além das outras reivindicações.  


O vereador Hilton Coelho (PSOL) disparou contra a implantação do “Alfa e Beto”, para o edil, o programa é um retrocesso nos métodos pedagógicos, que estavam com uma diretriz baseada em um convênio com o governo federal através da Universidade Federal da Bahia (Ufba), sem custos e aprovado pelos técnicos e os profissionais da área. Segundo Hilton, o Alfa e Beta possui textos claramente racistas e agressivos. “Este programa não tem uma diretriz compatível com a realidade do município, é rejeitado por técnicos e professores. Isso é uma grande irresponsabilidade, implantar um programa como esse”, afirma o vereador.  

Além do impasse na rede de escolas municipais, Hilton aponta o risco de creches serem fechadas. “Nossas creches estão ameaçadas, pois não houve nenhum sinal de convocação de concursados que preencheriam essa demanda e os estagiários foram extintos pela atual administração, se não acontecer uma providência urgente, teremos também problemas com as creches”, explica Hilton.

A secretaria municipal de Educação emitiu uma nota a imprensa no final da tarde desta quarta-feira (20), declarando a paralisação precipitada e desnecessária.

Confira:

João Carlos Bacelar considera paralisação precipitada


O secretário municipal de Educação, João Carlos Bacelar, considerou precipitada e fora de qualquer contexto a paralisação de 48 horas decidida hoje (20) pela APLB/Sindicato, entidade que congrega os professores da rede municipal de ensino, logo no terceiro dia do ano letivo e em pleno processo de negociação entre a Prefeitura e os representantes da categoria.

O secretário não entende a reação dos professores contrários à ampliação em duas horas e meia por semana semanal (meia hora por dia dia) na carga horária dos alunos - sem alteração da jornada de trabalho da categoria - e a implantação do Sistema Estruturado de Ensino, que introduz uma nova metodologia em todas as escolas do município.

As duas medidas, anunciadas pela Prefeitura desde os primeiros dias da nova gestão, tem o caráter de elevar a qualidade do ensino oferecido aos 135 mil alunos da rede municipal, com o intuito de melhorar o aprendizado e o desempenho educacional dos estudantes.

 “Não vamos recuar no nosso objetivo de oferecer um ensino de qualidade para nossas crianças, garantindo alfabetização logo no primeiro ano (aos seis anos de idade) e a ampliação do tempo de permanência do aluno na escola, bandeiras históricas dos próprios educadores. Esse é o desejo dos alunos, dos pais dos alunos e do prefeito ACM Neto.

Todos os esforços da Prefeitura são no sentido de colocar o nível de ensino ministrado no município no mesmo patamar das melhores escolas da rede privada. Disso não vamos abrir mão e temos a certeza de que contamos com o apoio dos professores e da sociedade”, ressaltou Bacelar.

O secretário lembrou que a nova administração municipal tem se caracterizado pelo diálogo, pelo entendimento e pela busca incessante do consenso com a categoria dos professores e se pautado pela correção em tudo aquilo que é acordado, fruto de reivindicações do professorado. Não cabendo, portanto, uma posição de radicalização e intransigência num momento em que todos devem se unir para solucionar o grave problema do nosso baixo desempenho nos índices de avaliação educacional.

A Prefeitura convoca os professores a darem continuidade as suas atividades e a APLB/Sindicato a manter o diálogo aberto e construtivo com a Secretaria de Educação, de forma que nossos alunos não sejam prejudicados.

Divulgação / Bocão News

Nota originalmente publicada às 17h56 do dia 20/02

Classificação Indicativa: Livre

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