Educação

Números de cotistas em universidades federais caem nos últimos anos; saiba mais

FOTO: DIVULGAÇÃO | INTERNET
É a primeira vez em que há redução de maneira simultânea no número total de universitários  |   Bnews - Divulgação FOTO: DIVULGAÇÃO | INTERNET

Publicado em 23/10/2023, às 11h42   Cadastrado por Maycol Douglas


FacebookTwitterWhatsApp

Atualmente, o Congresso estuda estender a Lei de Cotas por mais dez anos. De acordo com dados do Censo da Educação Superior, pertecente ao Inep, números relatam que há uma diminuição de estudantes que ingressaram em instituições federais por meio de cotas. Em 2022, foram 108,6 mil calouros cotistas, 16 mil a menos no anterior (2021), o que representa uma queda de 13%, a maior em dez anos.

Entretanto, mesmo o número de novos cotistas venha caindo desde 2019, é a primeira que existe uma redução de maneira simultânea ao aumento no número total de alunos que entraram em universidades.

Em nota divulgada, o MEC afirmou que os alunos que estão inclusos nos requisitos da Lei de Cotas "compõem os perfis sociais mais atingidos pela pandemia." O Ministério da Educação ainda acresentou que vem atuando para fortalecer meios que possam permitir a permanência dos alunos, como o aumento no valor pago e no número de bolsas de estudo.

Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da USP e dirigente da campanha Nacional pelo Direito à Educação, falou sobre possíveis fatores que podem explicar essa diminuição:

"A cada ano que passa, os jovens ganham mais consciência que, se a universidade não garantir condições de permanência, eles terão um ingresso traumático. Não basta permitir a entrada, é preciso garantir a permanência." - afirmou o professor.

Mesmo com o cenário desfavorável, foi por meio da reserva de vagas para pessoas com deficiência que Francisco de Sousa Junior, de 27 anos, igressou para estudar História na Universidade de Brasília (UnB), em 2019. Residente da periferia do Distrito Federal, portador de deficiência visual e ex-estudante de escola pública, Francisco soube que sua vida iria mudar quando recebeu a notícia de que havia passado para a universidade através do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

"Antes, entrar na universidade era um sonho distante para mim. Agora eu sei que tenho capacidade técnica para exercer um cargo com boa remuneração e mudar minha realidade e das pessoas ao meu redor." relata Sousa Junior.


Exatas 2.059 pessoas ingressaram na rede superior federal em 2022 no Brasil por meio das vagas exclusivas para pessoas com deficiência. Além do mais, 99.866 entraram pela cota para alunos de escola pública, 45.226 pela renda familiar baixa e 55.371 por cota étnico-racial.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp