Educação

Cotista aprovado em Medicina tem matrícula cancelada: “Não é pardo”

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Alison dos Santos Rodrigues, descobriu o fato na última segunda-feira (26), ao chegar para seu primeiro dia de aula  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Redes Sociais
Pietro Baddini

por Pietro Baddini

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Publicado em 01/03/2024, às 19h41


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Um estudante, de 18 anos, teve a sua matrícula em medicina cancelada na USP após uma comissão rejeitar sua autodeclaração como pardo. Alison dos Santos Rodrigues, descobriu o fato na última segunda-feira (26), ao chegar para seu primeiro dia de aula.

Eu fiquei muito feliz quando soube que fui aprovado na primeira chamada da USP, por meio do Provão Paulista. Chorei bastante e minha família ficou emocionada. Espero que tudo seja resolvido e dê certo. Eu realmente sou quem eu falo ser. Sempre me considerei pardo", afirma o estudante.

A tia do jovem também desabafou e mostrou indignação com a situação: "Colocaram um outdoor na entrada da cidade, fizeram vaquinha para ele conseguir ir à faculdade. A gente chorou de felicidade quando recebeu o e-mail de aprovação. É uma cidade que só temos dois colégios e ele foi o primeiro aluno a passar em medicina.", contou ao portal G1.

O estudante fez a matrícula autodeclado como PPI (pretos, pardos e indígenas), ajudado por um professor. Após duas horas esperando para a entrevista virtual, Alison foi avaliado à distância, segundo a família. Outro fato curioso é que dia 9 de Fevereiro, a banca examinadora negou a matrícula, mas a família entrou com um recurso.

Ainda de acordo com informações do G1, no dia 23 de Fevereiro, Alison recebeu um e-mail informando que a matrícula estava confirmada e haveria uma recepção dos calouros. Na segunda (26), o rapaz participou da recepção e inclusive notou que seu nome constava na lista de presença. Para a surpresa de todos, no período da tarde, recebeu a notícia do cancelamento.

Em nota, a faculdade declarou que a análise virtual é padrão para os candidatos do Enem e do Provão Paulista, por muitos destes morarem distante da instituição. Dessa forma, a universidade procura 'garantir condições para que candidatos de outras localidades tenham a oportunidade de ingressar na USP.

A família de Alison entrou com um processo judicial contra a universidade. 

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