Educação

Novembro Negro: Saiba como combater o racismo nas escolas

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O BNews conversou com a Doutora e pós-doutoranda em Ciência da Educação, Auzelene Gusmão  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Pixabay
Lindaura Berlink

por Lindaura Berlink

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Publicado em 10/11/2023, às 14h29 - Atualizado às 14h30


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Não é segredo para ninguém - ou ao menos não deveria ser - que a escola e a família são os principais agentes na formação das pessoas e por isso, é importante que a educação livre de qualquer preconceito racial seja garantida no currículo do ensino.

Vale ressaltar que a lei nº 10.639/2003 torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena em escolas públicas e privadas do Ensino Fundamental e Médio de todo o Brasil. Essa obrigatoriedade traz um respaldo para que a discussão esteja em pauta durante todo o processo educacional garantindo, de alguma forma, o debate em um estado constante, seja em qual disciplina for. 

Mas como aplicar e qual estratégia utilizar no combate ao racismo? Afinal, existem várias formas de escolas e educadores lutarem contra o preconceito e quanto mais o assunto é debatido entre os estudantes, mais eles passam a ter um conhecimento maior a respeito da história do passado e consequentemente, compreender a negatividade imposta ao negro e, por meio dessa reflexão, chegar a um ponto de valorização e entendimento sobre o negro como ser social e como cidadão, pertencente à mesma camada que o branco, tendo direitos, deveres e trazendo ainda, influência para a sociedade que hoje existe.

O BNews entrevistou a Doutora e pós-doutoranda em Ciência da Educação, Auzelene Gusmão, que apontou alguns caminhos para luta antirracista. Para a professora, uma educação contra o racismo é aquela que vem debater com relevância a cultura e a identidade negra, com o resgate da autoestima ao criar, por exemplo, perspectivas e representações que possam influenciar no desenvolvimento pessoal, educacional e social dos jovens. 

De acordo com a educadora, a interdisciplinaridade é uma boa estratégia de promoção do combate ao preconceito racial. “Isso retira a centralização da disciplina de história e traz uma responsabilidade de se trabalhar o contexto em várias vertentes, então, por exemplo, na área de literatura, por meio da poesia, dos textos em prosa, relacionados com a questão da escravidão, relacionados com o contexto abolicionista. Também por meio de outros escritos que não sejam por demarcações históricas. A arte, com representações em que as vertentes da diversidade cultural que nós temos no país e dentro de um espaço escolar, possam ser desmistificadas”, explicou Auzelene.

 “Na área de filosofia, na construção de uma mentalidade que também traz um resgate da cultura negra, como sendo dentro de uma visão de um princípio positivo, desqualificando o julgamento social, quando ele traz o estereótipo do negro por meio do cabelo, por meio do tom da pele e também pela sua questão relacionada à posição social”, completou a educadora.

A intertextualidade é uma outra forma de combater o racismo em sala de aula. Segundo a doutora em Ciência e Educação, enquanto o professor de uma disciplina trabalha o seu conteúdo, ele pode relacionar em algum momento com a temática antirracista.  “Ele [o educador]  pode encontrar nesse trabalho de conteúdo disciplinar uma relação em que possa estabelecer com a temática, a fim de que o aluno possa perceber o diálogo existente entre o conteúdo dado, o conteúdo aplicado e uma realidade social, por exemplo, como essa da questão antirracista”, disse Auzele Gusmão.

A arte também é uma peça chave para combater o racismo entres os estudantes e incluir a família bem como, a sociedade, no processo de aprendizagem. Para a professora especialista em literatura, manifestar traz resultado.

“A culminância em forma de arte, de feiras, do conhecimento, de uma manifestação concreta onde ele possa trazer para um conhecimento público, isso dentro do próprio espaço escolar, numa relação também com visitações, com a presença dos pais. Que vejam e participem de uma composição em forma de conclusão daquilo que eles ouviram, daquilo que eles experimentaram em sala de aula, nos debates, nas discussões e nos níveis de reflexão”, afirmou a educadora. 

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