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Adolfo Menezes diz que 'orçamento secreto' de Bolsonaro vai interferir na eleição

Paulo M. Azevedo/BNews
Orçamento tem sido utilizado para beneficiar aliado do governo  |   Bnews - Divulgação Paulo M. Azevedo/BNews

Publicado em 04/02/2022, às 10h41 - Atualizado às 10h54   Victor Pinto e Luiz Felipe Fernandez


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Para o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o deputado estadual Adolfo Menezes (PSD), a chance de renovação política na eleição deste ano é pequena.
Para o parlamentar, o orçamento paralelo mantido pelo governo Bolsonaro, que beneficia deputados e senadores aliados do presidente em troca de apoio nas votações, vai interferir diretamente na eleição.
Adolfo explica que no interior, muitas lideranças políticas veem essas reformas e inaugurações provenientes de recursos do orçamento paralelo, e cobram de deputados estaduais e opositores do governo, que façam o mesmo.
"Com o orçamento secreto de R$ 16 bi que está na imprensa, tanto que ministra do Supremo Rosa Weber chegou a suspender, emendas sem destinatário, entregas enormes de valores, coisas absurdas. Tem deputados federais com R$ 200 milhões, R$ 100 milhões. Isso nunca houve na história", contou ao BNews na manhã desta sexta-feira (4), no Fórum Ruy Barbosa.
"Muitos deputados com mandato estão dando muita coisa, entregando equipamento no interior. Aí lideranças, vereadores, ex-prefeitos, acham que os deputados estaduais também têm direito e que deputados que não fazem parte do Centrão, como PT, PSB, PCdoB e outros partidos, acham que temos os mesmo valores de emendas absurdos, de milhões e milhões. Não é para todo mundo", explica.
Com este cenário imposto, Adolfo acredita que a "renovação" no legislativo só irá acontecer com "votos de opinião" e de protesto, como em personalidades como jogadores de futebol e artistas.
"Muito difícil entrar hoje, só voto de opinião, um jogador de futebol, uma cantora, que o povo vote até para protestar, mas da classe política mesmo, muito difícil", diz o presidente da Alba.
Para as campanhas, os próprios deputados estaduais também não podem contar com um benefício de parlamentares federais, que é a utilização do fundo partidário aprovado no valor de R$ 6 bi.
"Quando sai na imprensa do Brasil inteiro, não diz, e as pessoas acham que a gente tem [direito]. É muito complicado. Acho que esse ano será o pior de todos", prevê.
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