Alice Portugal quebra o silêncio sobre autodeclaração como parda no TSE

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB) comentou nesta sexta-feira (30), durante a caminhada até a Igreja do Bonfim ao lado do ex-presidente Lula (PT), sobre a sua autodeclaração como parda no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A parlamentar foi inserida na polêmica racial da campanha eleitoral juntamente com o candidato ao Governo do Estado, ACM Neto (UB).

“Eu sou uma pessoa brasileira, não negra, antirracista e minha declaração está de acordo com o TRE. Sou uma mulher filha de uma costureira branca e um homem mestiço baiano, de São Sebastião do Passé, sou parda. É importante dizer que, o que talvez socialmente aparente, não me livrou de ser chamada de 'moça do livro’ na fila de inscrições dos deputados brancos sulistas, por mais de uma vez. Então essa é a realidade da nossa condição étnico-racial do Brasil, discriminação também, mesmo não tendo a melanina totalmente concentrada”. afirmou a parlamentar.

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Alice também comentou sobre a vinda de Lula a Salvador para alavancar a campanha de Jerônimo Rodrigues ao Palácio de Ondina. 

“Na verdade, Lula vem consagrar a vitória no primeiro turno na Bahia. A nossa expectativa é que, ao lado de Lula, Jerônimo também crave no primeiro turno, como é a tradição baiana. Por isso mesmo fizemos essa festa linda, essa festa de luz, de paz, para garantirmos e afirmamos a vitória no primeiro turno como necessária”. completou a deputada.

A parlamentar comentou ainda sobre a polêmica envolvendo o ex-prefeito de Salvador e sua declaração racial  à Justiça Eleitoral. Segundo ela, Neto teve contradição ao se declarar pardo, pois se comporta como "homem branco socialmente empoderado, que rejeita as políticas de inclusão"

“Não, o que eu acho é que ACM Neto comporta-se como um, infelizmente, homem branco socialmente empoderado, que rejeita as políticas de inclusão, essa foi a grande contradição. A contradição dele é que ele não quer sofrer o preconceito, ele nunca teve a dificuldade que o povo negro tem. ACM Neto governa para as elites, foi contra as cotas, isso ele não pode dizer diante de mim, porque foi comigo que ele debateu, perdeu e depois entrou na Justiça. Então, na verdade, o carimbo que cai nele é alguém de discurso contraditório, que age como branco, que realiza afastamento, apartheid e quer declarar pardo na hora das dificuldades”, pontuou Alice.

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