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Como funciona a urna eletrônica? É segura? Pode ser hackeada?

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Chamada oficialmente de Coletor Eletrônico de Voto (CEV), urna eletrônica está em uso em todo o Brasil desde as eleições de 2000  |   Bnews - Divulgação Divulgação/TSE

Publicado em 16/08/2022, às 05h30   Redação BNews


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Diferente das longas filas de espera do antigo sistema de voto impresso brasileiro, a urna eletrônica, ou, como é chamada oficialmente, Coletor Eletrônico de Voto (CEV), está em uso em todo o Brasil desde as eleições de 2000 e otimizou a prática do voto, levando não mais que 40 segundos para a escolha e confirmação do desejo dos eleitores

No entanto, apesar de tanto tempo em uso, o equipamento tem sido alvo de críticas relacionadas à sua segurança e confiabilidade por eleitores e, principalmente, pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores. Levando em conta os questionamentos, o BNews explica como funciona uma urna e como compreender a segurança e a lisura de todo o processo eleitoral brasileiro.

Como funciona a urna eletrônica?

A urna eletrônica é um microcomputador, que pesa em torno de 10 kg, projetado para receber votos e seu funcionamento depende de dois terminais: terminal do mesário e terminal do eleitor. O terminal do mesário é onde ocorre o controle de votação, habilitação e identificação dos eleitores e o monitoramento do processo eleitoral.

Já o terminal do eleitor é onde ocorre a supervisão da inicialização dos computadores, o processamento de dados, a computação dos votos e o encerramento do processo eletrônico.

Elas são de material resistente, são relativamente pequenas e fáceis de serem transportadas, o que lhes dá uma vantagem logística.

Onde e por quem são produzidas?

As urnas eletrônicas brasileiras são produzidas e fornecidas por uma empresa contratada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), através de licitação, e fiscalizada por técnicos do tribunal.

A Positivo Tecnologia venceu, em dezembro de 2021, uma licitação para ser a empresa fornecedora de urnas eletrônicas com valor total de R$ 1,18 bilhão. A fabricante propôs entregar 176 mil urnas por R$ 800 milhões. Essa é a primeira vez que a Positivo irá fabricar os equipamentos.

Por que a urna eletrônica é segura?

Partindo do mérito da segurança do sistema de votação, afinal, as urnas eletrônicas são realmente seguras? De acordo com o TSE, a Justiça Eleitoral utiliza o que há de mais moderno em termos de segurança da informação para garantir a integridade, a autenticidade e, quando necessário, o sigilo.

Esses mecanismos foram postos à prova durante os Testes Públicos de Segurança realizados em 2009 e 2012, nos quais nenhuma tentativa de adulteração dos sistemas ou dos resultados da votação obteve êxito. 

Além disso, segundo o TSE, há diversos mecanismos de auditoria e verificação dos resultados que podem ser efetuados por candidatos e coligações, pelo Ministério Público (MP), pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo próprio eleitor.

Um dos procedimentos de segurança que pode ser acompanhado pelo eleitor é a Cerimônia de Votação Paralela. Na véspera da eleição, em audiência pública, são sorteadas urnas para verificação. 

Essas urnas, que já estavam instaladas nos locais de votação, são conduzidas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e substituídas por outras, preparadas com o mesmo procedimento das originais. No dia das eleições, também em cerimônia pública, às urnas sorteadas são submetidas à votação nas mesmas condições em que ocorreria na seção eleitoral, mas com o registro, em paralelo, dos votos depositados na urna eletrônica. 

Cada voto é registrado numa cédula de papel e, em seguida, replicado na urna eletrônica, tudo isso registrado em vídeo. Ao final do dia, no mesmo horário em que se encerra a votação, é feita a apuração das cédulas de papel e comparado o resultado com o boletim de urna.

A urna eletrônica pode ser hackeada?

Outra pergunta muito comum nos últimos anos é se a urna eletrônica pode ser hackeada. Diante das dúvidas, o TSE reitera que as urnas não podem ser violadas por não terem conexão com a internet. 

Inclusive, em um relatório publicado em 30 de maio pela Comissão Avaliadora do Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação informou ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, que os resultados obtidos demonstraram “maturidade dos sistemas eleitorais”.

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