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Diretora do Datafolha quebra silêncio sobre intimidação bolsonarista sofrida por pesquisadores

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Pesquisadores do Datafolha sofreram intimidação de bolsonaristas em diversos estados  |   Bnews - Divulgação Foto: Reprodução/YouTube/Metro1

Publicado em 15/09/2022, às 09h00 - Atualizado às 09h03   Vinícius Dias


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Pesquisadores do Datafolha têm sido alvo de hostilidade crescente enquanto realizam seu trabalho. Apenas nesta terça-feira (13), o instituto de pesquisas contabilizou dez intercorrências em municípios das diferentes regiões do país —dentro de um universo de 470 pesquisadores.

Houve casos nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Maranhão, Goiás, Pará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

No caso de Goiás, um dos pesquisadores chegou a ser empurrado por um homem que se identificou como apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse não querer o profissional trabalhando no local.

Já no Rio Grande do Sul, um outro funcionário do Instituto foi levado para averiguação por um policial bolsonarista que também se identificou como eleitor de Bolsonaro. Antes de chegarem à delegacia, ele parou o carro e fez perguntas ao pesquisador que, na sequência, foi liberado e continuou seu trabalho em outro local.

Diretora do Instituto Datafolha, Luciana Chong comentou os casos durante entrevista à Rádio Metrópole na manhã desta quinta-feira (15). Ela lamentou os casos e afirmou que vê essa hostilidade crescente com preocupação.

"São situações que antes não aconteciam dessa forma, começaram a acontecer e é preocupante. Os pesquisadores estão fazendo seu trabalho, desempenhando sua função, que é uma das mais importantes e sofrem esse tipo de intimidação", lamentou.

"A gente tem percebido um aumento da hostilidade e tentativas de intimidação dos pesquisadores do Datafolha. Fizemos campo essa semana e percebemos algumas situações que não aconteciam antes. Um pesquisador foi empurrado, outro foi levado por policial e levado para averiguação", completou.

À Folha de São Paulo, a Diretora ainda afirmou que relatos de pessoas que passam gritando, acusando o instituto de ser comunista ou tentando filmar os entrevistadores como forma de intimidá-los têm sido comuns. Ela nota, contudo, que há uma piora no cenário —especialmente depois do feriado de 7 de Setembro, quando houve atos pelo país a favor de Bolsonaro.

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