Infratores ambientais doam mais de R$ 10 milhões para diferentes candidatos

Infratores ambientais doaram R$ 10,4 milhões para diferentes candidatos que disputam as eleições deste ano, conforme aponta um levantamento feito pelo jornal O Globo com dados de multas aplicadas pelo Ibama e de recursos recebidos pelas campanhas registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com a publicação, até agora, 180 pessoas que foram autuadas pelo Ibama sob acusação de terem praticado delitos ambientais já contribuíram com um total de R$ 10,4 milhões para candidaturas de diferentes partidos.

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Dos beneficiários, há dez candidatos a governador, oito ao Senado, 47 à Câmara dos Deputados e 67 às assembleias legislativas de vários estados.

Segundo o levantamento, as penalidades aplicadas pelo Ibama vão de 1997 a 2022, e os doadores registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até a última sexta-feira (2). Ao total, as multas aplicadas somam R$ 251 milhões. 

O PL e o Republicanos são os dois partidos que mais receberam as contribuições. Ambos integram a coligação do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na liderança das contribuições, o PL recebeu R$ 2,3 milhões, o Republicanos, R$ 1,6 milhões. Os dois são seguidos por MDB, com R$ 1,2 milhão, e PSD, com R$ 962 mil.

O presidente Bolsoanaro, até então, é o único candidato ao Palácio do Planalto que aparece na lista de beneficiados com contribuições de infratores, com R$ 558 mil doados por pessoas punidas pelo Ibama. Bolsonaro, inclusive, é um dos principais críticos do trabalho realizado pelo órgão.

Ainda conforme o jornal, entre a lista de colaboradores do presidente está o empresário e ex-prefeito de Flora Rica, José Aguiar Filho, que recebeu as multas mais pesadas. Ele foi penalizado por multas que somam R$ 59 milhões por “desmatamento” e “destruição” de áreas de preservação e floresta nativa.

Além dele, contam na lista de doadores ainda os ruralistas Marcos Carvalho Costa Junior, Eloi Domingos Bachinski e Moises Debastiani. Os três foram autuados em R$ 35 milhões, R$ 18 milhões e R$ 9 milhões, respectivamente, por práticas como desmatar, realizar queimadas sem autorização e dificultar a regeneração natural de vegetação nativa em área embargada.

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