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Isolado no PSDB, Doria tenta virar rejeição e imagem de 'almofadinha'

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Pré-campanha do tucano aposta na TV e quer ressaltar gestão para superar desarticulação interna e com siglas  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 02/05/2022, às 08h22 - Atualizado às 08h40   Redação


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Enfrentando as desarticulações da terceira via e o isolamento dentro do PSDB, o ex-governador de São Paulo e candidato à presidência, João Dória, precisa investir numa imagem de homem simples e trabalhador para conquistar o eleitorado e enfrentar sua alta rejeição nas pesquisas.

Para isso, a equipe do tucano aposta nas inserções de propaganda partidária, que começaram na semana passada na TV, para reverter sua imagem de “marqueteiro” e “almofadinha”. A estratégia combina humor, ao assumir de vez o apelido de “calça apertada”, e mostra realizações de sua gestão em São Paulo.

A estratégia foi apresentada numa inserção de 30 segundos na última sexta-feira (29). A peça brinca com a camisa “justinha” de Doria e com a famosa calça. Em seguida apresenta Dória como aquele que “trouxe a vacina” Coronavac contra a Covid-19 para o Brasil. No final, Doria propõe “comida no prato, emprego e dinheiro no bolso”.

A equipe de Dória, que já havia atrelado a ele o nome apenas de João, afirma que pesquisas qualitativas mostram que a alta rejeição do tucano é mais fácil de ser revertida, pois está ligada à sua imagem pessoal, enquanto que a população reconhece suas realizações. “É muito mais fácil diminuir a rejeição de um candidato que é acusado por usar calça apertada do que um que foi contra a vida e a vacina ou outro que se envolveu em denúncia de corrupção”, diz o marqueteiro Lula Guimarães, em entrevista ao Estadão.

Em outra estratégia, Doria quer focar na terceira via e convencer o eleitor de que as opções não se restringem apenas a Lula ou a Bolsonaro. O tucano busca se apresentar como alternativa a eleitores que podem optar pelo voto útil para evitar qualquer um dos lados da polarização.

Em sabatina do UOL e “Folha de S.Paulo”, Doria admitiu abrir diálogo com Lula em nome da preservação da democracia e da derrota de Bolsonaro. No entanto, Guimarães disse que as declarações de Doria referem-se à defesa da democracia. “Os resultados dos governos Lula, Dilma e Bolsonaro foram ruins pro Brasil. Neste aspecto a diferença entre eles é nenhuma. A única diferença entre os dois é especificamente em relação à democracia, que o Bolsonaro tenta a todo tempo derrubar”, afirma.

No PSDB, a avaliação é a de que Doria errou a dose na comunicação e provocou uma “superexposição” de sua imagem, com mais de 130 coletivas no Palácio dos Bandeirantes, sendo muitas delas com agendas negativas, como fechamento de comércio e estatísticas de mortes pelo novo coronavírus.

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