Eleições / Eleições 2022
Publicado em 19/10/2022, às 10h11 Redação
Um empresário do setor agropecuário no oeste baiano é acusado de assédio eleitoral contra funcionárias e diz em áudios que demitiu quem se recusou a votar no presidente Jair Bolsonaro (PL), de acordo com inquérito do Ministério Público do Trabalho (MPT).
O suposto assédio foi cometido pelo empresário gaúcho Adelar Eloi Lutz, radicado na Bahia há mais de 30 anos e dono de propriedades na região de Formosa do Rio Preto, cidade do oeste baiano, a cerca de 760 km distante de Salvador.
Nos áudios, o produtor rural, apoiador de Bolsonaro, pede para que outros colegas empresários pressionem funcionários para votar igual a ele e demitam aqueles que se negarem. Ele chegou a ordenar que mulheres coloquem o celular no sutiã para filmar o voto e provar em quem votaram. É proibido acessar com celular na urna de votação.
"Eu também lá em casa, o que estava [votando em outros candidatos], eu tirei já [demitiu]. Tinha cinco, dois voltaram atrás. E dos outros dez que estavam ajudando na rua, todo mundo teve que provar, filmaram a eleição", afirma no áudio.
Ele completa: " se vira, entra com o celular no sutiã, que seja. Vai filmar, senão rua. Filmaram e provaram que votaram".
A voz nas gravações ainda afirma que duas funcionárias que não quiseram votar em Bolsonaro foram demitidas e agora fizeram promessas de votar no presidente no segundo turno em troca da recontratação.
"Hoje estão falando 'eu vou votar no Bolsonaro agora'. Votem primeiro, prova e eu te dou serviço. Caso contrário, não".
Ao jornal Folha de São Paulo, a advogada do empresário, Thiana Brandão, afirmou que as informações do inquérito do Ministério Público são inverídicas e que o Adelar Eloi Lutz vai apresentar sua defesa.
Escute os áudios logo abaixo.
No Oeste da Bahia, funcionárias são obrigadas a colocar celular no sutiã e filmar voto em Bolsonaro; ruralista é acusado de assédio eleitoral. Ouça áudios com relatos pic.twitter.com/nzTxWDKAjG
— BNews (@bnews_oficial) October 19, 2022
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