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Tarcísio e Haddad chegam ao 2º turno em SP e impõem derrota histórica ao PSDB

Marcello Casal Jr/Agência Brasil e Rovena Rosa/Agência Brasil
Além de não atingir esse trunfo, Haddad viu Tarcísio chegar à sua frente no primeiro turno e deve enfrentar grande dificuldade na segunda etapa  |   Bnews - Divulgação Marcello Casal Jr/Agência Brasil e Rovena Rosa/Agência Brasil

Publicado em 02/10/2022, às 21h01   Folhapress


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Tarcísio de Freitas (Republicanos), 47, e Fernando Haddad (PT), 59, avançaram para o segundo turno na eleição ao Governo de São Paulo. O resultado impõe uma derrota inédita ao PSDB do atual governador, Rodrigo Garcia, 48, que terminou em terceiro, e compromete o futuro da sigla.

Desde 1994, os tucanos vinham vencendo as eleições paulistas -inclusive no primeiro turno em 2006, 2010 e 2014. Segundo aliados, Rodrigo não deve declarar apoio formal a nenhum dos adversários no segundo turno.

Com 92,61% das urnas apuradas, Tarcísio aparecia na frente, com 42,59% dos votos, seguido por Haddad, com 35,46%. Rodrigo tinha 18,40%.

Nesta segunda etapa, Tarcísio pretendem seguir a mesma fórmula das últimas semanas -uma campanha casada com a de seus padrinhos políticos, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foram ao segundo turno na disputa pela Presidência da República.

O apoio do vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) -que governou o estado por mais de 12 anos pelo PSDB -, é peça-chave para que Haddad conquiste votos. Lula tinha chances de vencer já no primeiro turno, e essa era a prioridade do PT e de Haddad, já que o resultado mais favorável na disputa nacional poderia impulsioná-lo, ao mesmo tempo em que a saída de Bolsonaro do páreo seria um revés para Tarcísio.

Além de não atingir esse trunfo, Haddad viu Tarcísio chegar à sua frente no primeiro turno e deve enfrentar grande dificuldade na segunda etapa -a última pesquisa Datafolha apontou o bolsonarista em trajetória ascendente e a apenas cinco pontos percentuais do petista. A direita sempre venceu no estado, considerado conservador e onde o antipetismo impediu que a esquerda tivesse chance de vitória.

A pesquisa Datafolha divulgada neste sábado mostra que, no segundo turno, Haddad marca 46% contra 41% de Tarcísio. A vantagem vem caindo -em agosto, os índices eram 53% a 31%. A rejeição ao petista cresceu ao longo da campanha e chegou ao pico de 40%, ante 33% do bolsonarista.

Os estrategistas do PT minimizam esse dado, argumentando que o índice não impede uma vitória e tem relação com o nível de conhecimento dos candidatos pela população.
Haddad, que foi ex-prefeito da capital paulista e ex-ministro da Educação de Lula, é bem mais conhecido (93% dos eleitores disseram saber quem ele é no Datafolha do último dia 29) do que Tarcísio (67%).

O ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro se esforçou para se apresentar como bolsonarista e alguém que conhece São Paulo, já que nasceu no Rio e mudou seu domicílio para São José dos Campos (SP) só para a eleição. Em uma entrevista, não soube indicar o colégio em que vota -viralizou e foi alvo de rivais.

Para projetar uma vitória de Haddad no próximo dia 30, o PT se agarra ao fato de que o antibolsonarismo é expressivo em São Paulo. O levantamento do Datafolha divulgado na véspera da votação mostrou que Lula tem uma leve dianteira numérica em relação a Bolsonaro no estado (41% a 37%).

Como Rodrigo era um adversário considerado mais forte na segunda etapa, uma vez que já havia até ultrapassado Haddad numericamente nas projeções de segundo turno, a campanha do PT centrou ataques no tucano, na tentativa de enfrentar Tarcísio nas próximas quatro semanas.

Para se diferenciar dos adversários, que buscavam reproduzir a polarização nacional entre PT e Bolsonaro em São Paulo, Rodrigo não se vinculou a nenhum presidenciável. A independência guiou seu mote de "proteger o estado da briga política" e o slogan "nem esquerda nem direita". Por isso, afirmam aliados, a ideia é manter a neutralidade no segundo turno, justamente para não comprometer a imagem de terceira via. Os duros ataques trocados entre os três adversários também dificultam qualquer composição.

Uma parcela do PT, no entanto, afirma não ser impossível atrair tucanos -o próprio Lula conseguiu apoio de parte das figuras históricas da sigla. Nos bastidores, a campanha de Tarcísio diz que não haverá uma postura proativa na busca pelo PSDB, mas ressalta que todo apoio é bem-vindo.

Rodrigo amarga uma dura derrota para o PSDB mesmo com a máquina estatal a seu favor e o apoio de mais de 500 prefeitos -irrigados com verba e entregas do governo. Teve ainda a maior coligação e o dobro do tempo de TV, além da aliança com a União Brasil, que detém o maior volume de recursos para o pleito.

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