Eleições

Vice na chapa de Alice, del Carmen promete debate programático contra Neto

Publicado em 02/08/2016, às 13h37   Luiz Fernando Lima


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A deputada estadual Maria del Carmen (PT) não participou presencialmente da convenção da candidatura à prefeitura de Salvador da deputada federal Alice Portugal (PCdoB) realizada no último domingo (31), pois estava com a família na Espanha. De lá, recebeu a convocação do governador Rui Costa (PT) para cumprir a tarefa de compor a chapa majoritária na condição de vice.

O anúncio foi feito durante o evento e as análises sobre esta participação ficaram nas primeiras linhas das notícias publicadas sobre a disputa eleitoral da capital baiana. Del Carmen, em conversa com a reportagem do Bocão News, nesta terça-feira (2), na Assembleia Legislativa da Bahia, afirmou que foi surpreendida com o convite, contudo, garante que está preparada para discutir “qual a cidade que o soteropolitano quer para viver”.

“Meu planejamento estava voltado para as eleições 2018 quando tentaria ser reeleita deputada estadual. Falei muito rapidamente com Alice antes de ela embarcar para Brasília e devemos conversar com calma na quinta quando ela volta. A ideia é a gente ir para a campanha fazendo este debate de projeto de cidade. Nós pensamos a cidade para as pessoas, eles pensam a cidade pela cidade”.

Del Carmen questiona, por exemplo, os gastos com as reformas na Barra e Rio Vermelho, naquilo que parece ser um dos principais mantras exploradores pelos opositores do prefeito ACM Neto. “O alagamento não resolveu. A geração de emprego foi apenas durante a realização das obras, mas os benefícios são mínimos. O investimento não retornou. Na Barra desempregou gente. Esta diferença é importante ser mostrada”.

Ainda de acordo com a deputada, as intervenções são importantes, contudo, é preciso entender que “a cidade será boa para o turista se for boa para o seu cidadão e não o contrário. É obvio que é bom termos o Rio Vermelho organizado, mas ainda temos dezenas e mais dezenas de bairros que não tem a infraestrutura necessária. Tem áreas em que a população tem que sair com o sapato na mão para não sujar de barro”.

A parlamentar lembrou que esta participação das pessoas com a cidade foi feita durante a gestão de Lídice da Mata (1993-1996) na prefeitura. À época, del Carmen foi secretária de Infraestrutura. A cidade, segundo del Carmen, deve ser planejada em conjunto com a população.

“Se observarmos historicamente, Imbassahy ganhou a eleição quando fez a Manoel Dias e as praças Nossa Senhora da Luz, Campo Grande e Piedade. Estas são grandes obras que ele deixou. João Henrique ganha a eleição fazendo Centenário e Imbuí. Em realidade é fazer o investimento em determinadas áreas onde a cidade inteira passa e vê as intervenções, mas isso também pode ser injusto com a população”.

O contraponto a isto, segundo a deputada, é o debate em torno do “eu boto asfalto aonde já tem, ainda que ele não esteja nas melhores condições ou eu o garanto em lugares onde não tem e que precisa ter para que o caminhão de lixo e a ambulância cheguem e que o cidadão saia e chegue na sua casa sem botar os pés na lama. Este são dois pontos. Esta é a diferença do ponto de vista de atuar nesta cidade”.

Rui Costa — Em entrevista coletiva durante a convenção do último domingo, Rui Costa fez uma relação entre construção de creche e dinheiro para “trocar asfalto e fazer passeio no Rio Vermelho”, del Carmen manteve o assunto na agenda.

“O argumento que não tem terreno para construir creche não é verdadeiro. O governador já se colocou à disposição para doar terreno do Estado ou desapropriar aqueles requisitados pela prefeitura. Ai, eles criam um programa para dar 50 reais para família. Uma criança na creche deve custa algo próximo dos 3 mil reais por mês. Isso numa visão que é o inverso do Bolsa Família que exige para ser recebido que a criança esteja na escola. Eu estou dando a quem não está na escola porque não dei escola”.

A petista ressalta ainda que não é possível dizer que o prefeito não fez nada pela cidade, mas que a discussão perpassa por outra lógica: a cidade não disse se o que ele está fazendo era prioridade.

Mea culpa — No que se refere ao desgaste do PT, del Carmen afirma que será o momento de reconhecer os erros, mas também trazer para o debate os legados. “O PT tem serviços prestados e pode mostrar isso. Tenho dito isso para certos companheiros que estão preocupados com as questões nacionais e eventuais impactos negativos. Independentemente do que tenha acontecido, das denúncias que estão claramente demonstradas que não começou ou se restringiu ao PT, é hora de relembrar aquilo que a gente trouxe de transformação para sociedade brasileira nos últimos 12 anos. Temos que dizer que erramos em algumas coisas, mas acertamos em muitas outras”.

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