Eleições

Base de Neto avança nos 30 maiores colégios eleitorais

Publicado em 04/10/2016, às 12h44   Luiz Fernando Lima


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A base aliada do governador Rui Costa saiu vitoriosa em 18 cidades das 30 maiores do estado. ACM Neto e os partidos que lhe dão sustentação saiu-se melhor nas urnas de 11 municípios. Vitória da Conquista é a única das três cidades que ainda não teve definição, o segundo turno no terceiro maior colégio eleitoral baiano será disputado entre Herzem Gusmão (PMDB) e Zé Raimundo (PT).

Interessante neste cenário é o crescimento do número de prefeitos do DEM eleitos neste recorte que representa 45% dos eleitores da Bahia, são 4.754.370 votos totais. Os democratas elegeram em 2012 os prefeitos de Salvador, ACM Neto, e Feira de Santana, José Ronaldo. Embora sejam os dois maiores colégios eleitorais este era o único espaço do partido neste universo. Em 2017 vão comandar sete prefeituras, o avanço é representativo e apenas em Jacobina, que era gerida por Doutor Rui do PMDB, a disputa se deu dentro do mesmo espectro político.

Já na base aliada de Rui Costa, o destaque ficou com os correligionários do senador Otto Alencar (PSD). O PSD elegeu sete prefeitos também. Reelegeu Cláudia Oliveira em Porto Seguro apenas. Em Ilhéus e Teixeira de Freitas os candidatos Mario Alexandre (PSD) e Temoteo Brito (PSD), respectivamente, venceram a eleição contra postulantes da própria base. As cidades eram geridas por Jabes Ribeiro (PP) que tentou fazer o sucessor e João Bosco (PT) que tentava a reeleição. Nas outras cidades a disputa se deu entre postulantes adversários do campo político estadual.

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O PT saiu fragilizado deste pleito. Diante de um cenário onde o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) aconteceu, a Operação Lava Jato tem sido implacável contra os petistas e o desgaste público de Lula provocado sistematicamente por todo o aparato midiático, os petistas sangraram de fato. Perderam cinco prefeituras quando comparado aos eleitos em 2012. Saíram de oito para três, podendo chegar a quatro em caso de vitória em Conquista.

A deputada federal Moema Gramacho (PT) voltou para o comando de Lauro de Freitas, Assis e Jussara se reelegeram em Coité e Dias d´Ávila, respectivamente. O partido perdeu espaços importantes na balança eleitoral e econômica. Camaçari é um exemplo disso. Caetano elegeu Ademar Delgado em 2012, brigou por poder com o sucessor, tirou a legenda do ex-aliado e veio para disputa. Perdeu para Elinaldo do DEM.

Vitoriosos em Candeias, os pepistas comandados pelo vice-governador João Leão sofreram um baque eleitoral da mesma proporção que o do PT. O PP perdeu cinco prefeituras das 30 maiores. Ponto a ser observado nestas derrotas é que apenas em Barreiras, no Oeste do estado, a derrota veio para um candidato do DEM. Nos outros municípios a disputa se deu dentro da própria base, contudo, em Guanambi e em Lauro de Freitas o PP esteve ao lado de adversário políticos do governador.

Nos dois casos marcharam ao lado de candidatos do PSDB. Em Lauro de Freitas, pepistas e petistas nunca se bicaram. São rivais declarados. Contudo, em Guanambi chamou a atenção a presença e participação do vice-governador no palanque de um dos adversários mais contumazes do PT, Nilo Coelho. Em Luís Eduardo Magalhães, também no Oeste, a derrota para Oziel Oleiveira (PDT) poderia não ser tão vergonhosa não fossem os meros 197 votos recebidos pelo candidato do PP.

Outros —  Entre os outros partidos que conseguiram eleger prefeitos nos 30 maiores colégios eleitorais, o destaque vai para o crescimento do PSB da senadora Lídice da Mata. Em 2012, não elegeu nenhum prefeito entre os 30. Os socialistas saíram das urnas com quatro prefeituras. Guanambi, Casa Nova e Brumado foram as três primeiras, mas vitória mais interessante dos socialistas foi em Jequié. No município os grandes derrotados saíram do Palácio de Ondina.

A carga na campanha de Tadeu Cafezeiro (PDT) foi grande e gente da cozinha de Rui Costa foi para cidade em busco do êxito eleitoral. Não foi o bastante e o candidato ficou em terceiro na peleja com 22,86% dos votos válidos.

O PMDB partido municipalista chegou a comandar 115 prefeituras em 2008. Recuou para 44 em 2012 e em 2016 elegeu 47. Destas 47, quatro estão entre as 30 maiores e pode eleger Herzem Gusmão em Conquista. Em 2012, saíram vitoriosos em três cidades.

2018 — Muitas análises são feitas com base neste quadro de desempenho em busca de projetar a eleição para o governo do estado em 2018, no entanto, 10 entre 10 dirigentes partidários instados a falar sobre o assunto tratam logo de relativizar os resultados.

O presidente estadual do PMDB, Geddel Vieira Lima, diz que no cenário geral o crescimento da base liderada pelo prefeito ACM Neto, da qual ele mesmo faz parte, pode ser analisada como tendência no discurso político e do ilustra o desgaste dos adversários, contudo, nada está garantido e muita água correrá por abaixo da ponte.

Josias Gomes, secretário de Relações Institucionais do governo estadual, segue a mesma linha de raciocínio. É o cenário em que a base governista manteve-se à frente, embora tenha perdido em cidades importantes econômica e politicamente. A expectativa agora é para os próximos dois anos de mandato de Rui Costa que já inicia a semana após a eleição com uma ação da Lava Jato investigando as contas da campanha de 2014 e desgastando ainda mais a imagem do PT nacionalmente e no estado.

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