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Candidatos baianos pedem ajuda 'divina’ e utilizam títulos religiosos no nome de urna

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Evangélicos são maioria. Aumento da bancada torna propostas mais conservadoras  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 20/08/2018, às 15h19   Juliana Nobre


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No próximo dia 7 de outubro, os eleitores baianos terão 1.100 opções para escolher seus a deputados estaduais, federais, senadores, primeiro e segundo suplentes. Desses, 36 pediram uma forcinha divina e utilizarão títulos religiosos no nome de urna. O levantamento do BNews leva em conta pedidos de registros solicitados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até a tarde desta segunda-feira (20).

Religiões diversas foram pesquisadas, mas a maioria encaixa-se em segmentos evangélicos e do candomblé. De acordo com o TSE, o nome de urna pode ser um apelido para que se aproxime mais do eleitor. No entanto há regras para isso. “Segundo o art. 27 da Resolução nº 23.548/17, o nome de urna do candidato deve ter no máximo 30 caracteres, incluindo os espaços entre os nomes. Pode ser usado o nome, sobrenome, apelido, nome abreviado ou um nome pelo qual o candidato é conhecido. É importante lembrar que o nome escolhido não pode deixar dúvidas sobre quem é o candidato e também não pode ser ridículo, irreverente ou inadequado. É o juiz eleitoral quem aceita ou não o nome de urna, assim como todo o pedido de registro de candidatura”.

Vale ressaltar que não é permitido nomes que atentem contra o pudor “ou que sejam ridículos ou irreverentes”.

Dentre os candidatos religiosos, a maioria é de evangélicos. O aumento da bancada no Congresso Nacional é significativo. E as propostas se tornam mais conservadoras. Um exemplo é a retirada da palavra “gênero” no Plano Nacional de Educação e realizaram audiências e comissões para tentar barrar qualquer direito da comunidade LGBT e das mulheres. 

Para o pesquisador de Comunicação e Política e professor da Universidade Federal da Bahia, Wilson Gomes, o aumento significa que os evangélicos conservadores são hoje os grandes orientadores de voto (líderes de opinião eleitoral), ocupando um papel que já foi da Igreja Católica, dos partidos e dos sindicatos. “A Igreja Católica perdeu essa capacidade faz muito tempo. E os sindicatos e movimentos sociais perderam a capacidade de apontar candidaturas e orientar votos bem antes de perder a capacidade de mobilizar pessoas para manifestações. Os evangélicos conservadores, não os outros evangélicos, ocuparam esse lugar e estão formando enormes bancadas Brasil a fora. Primeiro, no nível local, depois, no nível estadual”.

Para 2019, o objetivo dos evangélicos é aumentar as bancadas na Câmara – de 93 para 150 – e no Senado de três para 15.

Veja quem são os baianos que utilizarão nomes religiosos nas eleições deste ano:

Senador
Irmão Lazaro

Deputado Federal

O Pastor Eunapio
Pastor Abilio Santana
Pastor Enoque
Pastor Luciano Braga
Pastor Manassés
Pastor Raimundo Nonato
Pastor Sargento Isidório
Pastor Walisson
Irmão Ad Guarda
Irmao Charlston
Irmão Marcelo Campos
Maria Lucia Missionária
Missionaria Andréa Silva
Bispo Nilton Sena
Pai Robinho
Apostolo Gildembergue Marinho
Reverendo Kenaidy Amorim

Deputado Estadual

Pastora Margarete Meireles
Pastor Gilberto
Pastor Helder
Pastor Hélio Júnior
Pastor Ivam
Pastor Jonatas
Pastor Tom
Pastor Ubaldino
Irmã Cândida
Irma Jaciara
Irmão Jaime
Irmã Neusa
Irmão Manoel Almeida
Irmão Nery Vendedor
Irmão Niel
Irmã Yvone
Missionário Ailton Santana
Bispo Marcio Oliveira
Bispo Ricardo Soares

Classificação Indicativa: Livre

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