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Políticos culpam Temer por incêndio, mas museu chegou a fechar por falta de verba no governo Dilma

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Lídice da Mata, Alice Portugal e Guilherme Boulos se manifestaram sobre o incidente  |   Bnews - Divulgação BNews

Publicado em 03/09/2018, às 09h21   Guilherme Reis


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A senadora e candidata a deputada federal Lídice da Mata (PSB) manifestou-se, na manhã desta segunda-feira (03), sobre o incêndio que destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, na noite deste domingo (02). Em nota, a parlamentar diz que “a tragédia que consumiu 200 anos de história está diretamente ligada ao congelamento dos investimentos públicos editado pelo governo Temer e que terá validade de 20 anos”. “Esse foi o fenômeno devastador que pudemos ver a olhos nus. Infelizmente a PEC 241 ainda reserva danos a setores como a Saúde e a Educação”, acrescenta.

Por meio das redes sociais, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) também atribuiu a culpa pelo incidente ao governo de Michel Temer.  “Grande parte da história e da memória do Brasil foi consumida pelas chamas. O Museu Nacional agonizava pela falta de recursos. Temer congelou por 20 anos os investimentos públicos em cultura e educação. O descaso, o desdém com nossa memória, atingem os museus federais em todo o país”, disse a comunista. 

Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Presidência da República, foi na mesma linha. Em sua conta no Twitter, o socialista foi enfático: “Os cortes criminosos de Temer em recursos da Cultura e em investimentos estão condenando nosso futuro e destruindo nosso passado”.

No entanto, como mostram reportagens veiculadas nos últimos anos, o museu já vinha sofrendo por falta de verba e de manutenção antes de Temer assumir o Palácio do Planalto. Em janeiro de 2015, durante o governo Dilma Rousseff (PT), conforme noticiou o jornal O Estado de S.Paulo, o órgão chegou a fechar por falta de recursos para pagar serviços de limpeza e vigilância. “[...] uma parte substantiva do orçamento do ano passado, cerca de 20% do orçamento total de custeio da UFRJ, correspondentes a quase R$60 milhões, foram contingenciados e não foram liberados pelo MEC”, disse à época, em nota, a reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que administra o espaço. 

Em 2016, ano em que se iniciou a gestão de Temer, um relatório interno já apontava problemas estruturais. “O prédio da Biblioteca continua sofrendo com goteiras e infiltrações, principalmente na área de guarda do acervo; há morcegos e gambás nos forros e ferrugens nos ferros expostos das marquises, convivendo servidores e usuários com plásticos pretos sobre estantes inteiras e baldes por praticamente todos os espaços, dejetos de animais sobre as paredes e estantes e o risco de gesso ou pedaços de concreto caírem sobre alguém ou equipamentos”, diz o documento. 

Compromissos 

Segundo levantamento da Agência Lupa, apenas 2 dos 13 programas de governo dos candidatos à presidência se comprometem com a preservação dos museus: o da ex-ministra Marina Silva (Rede) e o do PT. Cabo Daciolo (Patriota), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Vera Lucia (PSTU) sequer trazem propostas para o setor da Cultura.

Atualização:

Na manhã desta segunda-feira (03), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em sua conta no Twitter, disse que "o incêndio do Museu Nacional é o retrato do descaso e do desinvestimento promovido por Temer, Meirelles e o PSDB. O Golpe tenta transformar nossa história em terra arrasada. Não conseguirão".

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