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Por vitória, Bolsonaro concentra estratégias no Nordeste e tenta se reinventar

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Nesta quinta-feira (04), o candidato teceu elogios aos nordestinos em postagem no Facebook  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 04/10/2018, às 11h33   Guilherme Reis


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Para vencer a maior barreira que põe em risco a sua vitória nas urnas, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) concentra suas estratégias no Nordeste, onde Fernando Haddad (PT) lidera com 36% as intenções de votos, segundo a pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (03). O capitão da reserva se mantém estacionado em 21%. 

Nesta quinta-feira (04), o candidato teceu elogios aos nordestinos em postagem no Facebook: “A essência do povo nordestino é uma das principais belas formas da diversidade cultural do Brasil. Graças a estes homens e mulheres o Brasil é um gigante hoje. Preservando nossos valores familiares e com o que temos em material humano e natural, podemos e seremos maiores ainda!”, escreveu.

Além da investida sobre o tradicional reduto petista, Bolsonaro tem adotado um discurso moderado no que se refere às mulheres e às minorias. Dessa forma, pode preservar os votos que conquistou até agora – grande parte atraída pelo viés conservador - e tentar diminuir a resistência dos setores onde tem ampla rejeição. Em síntese, a ideia é parecer mais moderado para tentar vencer no primeiro turno.

No entanto, para o historiador político Carlos Zacarias, Bolsonaro terá dificuldade para reverter a imagem extremista. “Não vai ser fácil, ainda mais no Nordeste. E reverter isso vai ser a condição para ele ganhar”, avalia. “Parece improvável que ele consiga. Até porque é uma faca de dois gumes. Tem um público que ele conseguiu acessar justamente por causa do discurso de ódio”, prossegue. 

Apoios

A tendência atual é que os partidos do ‘centrão’, ou pelo menos alguns deles, apoiem Bolsonaro no embate contra o PT em eventual segundo turno. Apesar do desgaste sofrido por essas siglas após a Operação Lava Jato, o especialista acredita que isso não será suficiente para minar a credibilidade do presidenciável. 

“É muito improvável que o eleitor fiel associe Bolsonaro a esses políticos. Até porque Bolsonaro não tem nada de novo, está aí há 28 anos. As pessoas precisam ver que estamos em uma disputa com políticos. Quem se passa por não-político é um farsante”, pontua.

Nesta semana, três lideranças do Democratas anunciaram apoio a Bolsonaro: o ex-prefeito de Feira de Santana e candidato ao governo da Bahia, Zé Ronaldo, e os prefeitos de Camaçari e Barreiras, Antonio Elinaldo e Zito Barbosa, respectivamente. “De um lado, é o anti-petismo visceral. Mas tem a ver também com o traço de fisiologia que está no DNA do DEM. O DEM está hoje no ‘centrão’. Zé Ronaldo bater em retirada é a cara do fisiologismo. É a cara da política brasileira de sempre”, frisa Zacarias.

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