Publicado em 31/10/2010, às 16h15 Redação Bocão News
Proporcionalmente, Roraima é o estado brasileiro com maior ocorrência de crimes eleitorais. Nesta reta final da campanha, a Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 488 mil que supostamente seriam utilizados na compra de votos.
Na semana passada foram apreendidos R$ 238 mil com o prefeito de Caracaraí, Odilon Filho, aliado do governador Anchieta Júnior (PSDB), candidato à reeleição.
Nova apreensão foi feita na última sexta-feira (29), quando a PF encontrou R$ 250 mil com dois empreiteiros ligados ao governador.
A compra de votos é prática comum nas eleições do estado, segundo informou o Ministério Público. Por essa razão, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR) pediu apoio da PF, que enviou 20 agentes e cinco delegados para coibir a prática e reforçar a segurança do segundo turno eleitoral.
O estado tem histórico de abusos de poder político e econômico, conforme admite o procurador regional eleitoral Ângelo Goulart Villela. Segundo ele, a presença dos moradores nas ruas até a madrugada e as ofertas de votos, são uma "tradição local" às vésperas das eleições.
De acordo com o procurador, durante a campanha o eleitor é aliciado por meio do assistencialismo e, na véspera, o dinheiro é despejado na periferia como uma prestação final.
Ele revela que as autoridades tem tentado combater a prática por meio da fiscalização, mas que não é possível impor toque de recolher. Para ele, há uma clara demonstração de que a vontade do eleitor está viciada.
Apesar disso, há um entendimento geral entre as autoridades locais que a movimentação de compra e venda de votos nesta eleição foi menor, explicável, segundo avaliam, pela intensificação da fiscalização e a presença das forças de segurança, como a PF.
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